Seis jovens de nacionalidade angolana foram acusadas pela Produradoria Geral da Repúlica (PGR) em Luanda de organização terrorista e de terem jurado "fidelidade e obediência" ao grupo extremista Estado Islâmico.
Eles estão detidos desde Dezembro, acusados de terem criado em 2015 o grupo muçulmano radical denominado “Street Da Was'".
A PGR diz que o grupo, formado por cidadãos angolanos convertidos ao Islão visava divulgar o islamismo nas ruas, usando a siga 'Islamya Angola", através da publicação nas redes sociais de matérias e temas de cariz radical.
Analistas pedem cautela à justiça angolana em relação à acusação da PGR contra os seis jovens.
O analista e activista dos Direitos Humanos, Francisco Tunga Alberto, reconhece que a disseminação da religião muçulmana no país é hoje um facto indesmentível pelo que é possível a presença de células radicais do islamismo em Angola, devido à facilidade com o país abriu as suas fronteiras ao exterior.
Contudo, Tunga Alberto pede à justiça angolana para investigar o caso dos seis jovens para se evitar que sejam condenados cidadãos inocentes e diz que o Governo deve criar empregos par a juventude por forma a que não seja aliciada para práticas que atentem contra o Estado.
Quem não acredita na existência de grupos extremistas do Estado Islâmico em Angola é o analista Makuta Nkondo, que afirma poder tratar-se mais um facto político criado pelo regime.
De qualquer forma, o activista também pede à justiça uma investigação séria sobre a acusação da PGR.
Entretanto o advogado de defesa, Sebastião Assurreira, diz que a acusação de que os arguidos juraram "fidelidade e obediência" ao grupo extremista Estado Islâmico foi baseada em “suposições”, não havendo matéria suficiente que os incriminem.
De acordo com a acusação deduzida contra os seis elementos, de 26 de Abril, os acusados criaram em 2015, em Angola, o "grupo muçulmano radical denominado 'Street Da Was”, alegadamente "formado por cidadãos nacionais convertidos ao Islão", que "tinha como objetivo a divulgação do islamismo nas ruas, usando a siga 'Islamya Angola`e que "publicava e disseminava entre os seus membros, através das redes sociais, matérias e temas de cariz radical".