Em Moçambique, alguns analistas dizem ser pouco provável que a presente crise político-militar possa degenerar numa nova guerra civil, mas outros afirmam que o retorno à guerra não pode ser visto apenas através da Frelimo e da Renamo, há outros factores a ter em conta.
O académico Marcos Macamo considera pouco provável uma escalada da presente tensão política em Moçambique e que a mesma possa resultar num novo conflito armado.
Macamo entende que o extremar de posições tanto pelo governo como pela Renamo no actual dialogo, é apenas reflexo de pressão ou mera táctica política.
Mas o académico João Colaço tem uma opinião contrária, e considera que o arrastar do diálogo entre o governo e a Renamo, sem resultados palpáveis, significa que a política está a falir.
Colaço realçou que “quando a política fale, a possibilidade de nós entrarmos em confrontos abertos, caracterizados até por uma certa violência, como, de algum modo, temos vindo a assistir, pode ser uma realidade. A minha preocupação é que depois disto, os dois beligerantes percam o controlo da violência e ela possa se alastrar a grupos oportunistas”.
Na opinião de João Colaço, até pode ser que os dois beligerantes continuem no uso da violência, e até pode ser que isso não se verifique, mas porque existe uma certa pré-disposição, dado o próprio quadro social e económico moçambicano, essa situação pode ser aproveitada por oportunistas.
“ Há um crescimento económico mas as diferenças entre os moçambicanos continuam a aumentar, o nível de pobreza, sobretudo de desemprego, temos 20 anos com ex-guerrilheiros da Renamo que acham que fizeram a guerra pela democracia, com um certo sucesso, mas não tem sido beneficiários dessa mesma guerra, e muitas vezes, a pergunta que eles fazem é: qual é o benefício de termos conseguido a paz quando na verdade, os principais beneficiários são apenas aqueles que estão directamente ligados ao Partido no poder”, disse.
Para João Colaço, a grande crise no diálogo entre o governo e a Renamo, que tem levado muito tempo a ser consequente, é a falta de confiança, sublinhando que se os moçambicanos conseguirem superar o problema da falta de confiança, “teremos negociações com resultados palpáveis”.
A uma pergunta se há, em Moçambique, condições para o retorno a guerra, Colaço respondeu afirmativamente, mas esclarecendo que esta questão não pode ser vista, necessariamente, através da Frelimo e da Renamo.
Explicou ainda que “se olharmos para o quadro social em Moçambique, e por aquilo que tem sido a opinião publica, de que é preciso encontrarmos a melhor forma de redistribuição da riqueza os nossos níveis de crescimento económico são altos mas a pobreza aumenta e há muitos moçambicanos a perder cada vez mais a esperança de ter uma vida melhor, eu penso que as bases sociais para um possível confronto estão lá criadas”.
Ramos Miguel, VOA-Maputo
O académico Marcos Macamo considera pouco provável uma escalada da presente tensão política em Moçambique e que a mesma possa resultar num novo conflito armado.
Macamo entende que o extremar de posições tanto pelo governo como pela Renamo no actual dialogo, é apenas reflexo de pressão ou mera táctica política.
Mas o académico João Colaço tem uma opinião contrária, e considera que o arrastar do diálogo entre o governo e a Renamo, sem resultados palpáveis, significa que a política está a falir.
Colaço realçou que “quando a política fale, a possibilidade de nós entrarmos em confrontos abertos, caracterizados até por uma certa violência, como, de algum modo, temos vindo a assistir, pode ser uma realidade. A minha preocupação é que depois disto, os dois beligerantes percam o controlo da violência e ela possa se alastrar a grupos oportunistas”.
Na opinião de João Colaço, até pode ser que os dois beligerantes continuem no uso da violência, e até pode ser que isso não se verifique, mas porque existe uma certa pré-disposição, dado o próprio quadro social e económico moçambicano, essa situação pode ser aproveitada por oportunistas.
“ Há um crescimento económico mas as diferenças entre os moçambicanos continuam a aumentar, o nível de pobreza, sobretudo de desemprego, temos 20 anos com ex-guerrilheiros da Renamo que acham que fizeram a guerra pela democracia, com um certo sucesso, mas não tem sido beneficiários dessa mesma guerra, e muitas vezes, a pergunta que eles fazem é: qual é o benefício de termos conseguido a paz quando na verdade, os principais beneficiários são apenas aqueles que estão directamente ligados ao Partido no poder”, disse.
Para João Colaço, a grande crise no diálogo entre o governo e a Renamo, que tem levado muito tempo a ser consequente, é a falta de confiança, sublinhando que se os moçambicanos conseguirem superar o problema da falta de confiança, “teremos negociações com resultados palpáveis”.
A uma pergunta se há, em Moçambique, condições para o retorno a guerra, Colaço respondeu afirmativamente, mas esclarecendo que esta questão não pode ser vista, necessariamente, através da Frelimo e da Renamo.
Explicou ainda que “se olharmos para o quadro social em Moçambique, e por aquilo que tem sido a opinião publica, de que é preciso encontrarmos a melhor forma de redistribuição da riqueza os nossos níveis de crescimento económico são altos mas a pobreza aumenta e há muitos moçambicanos a perder cada vez mais a esperança de ter uma vida melhor, eu penso que as bases sociais para um possível confronto estão lá criadas”.
Ramos Miguel, VOA-Maputo