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Analistas moçambicanos não veem com bons olhos aumento da Taxa Mimo


Banco de Moçambique
Banco de Moçambique

Economistas moçambicanos dizem que a decisão do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, de aumentar a taxa mimo em dois pontos percentuais de 15,25 por cento para 17,25 por cento, em vez de reduzir os preços, faz com que o custo de vida se mantenha alto porque a inflação não é controlada e as medidas de alívio à economia não se reflectem ao nível das populações.

O economista João Mosca afirma que o Banco Central pretende com o aumento da taxa fazer o controlo sobre a inflação, com o discurso de que o custo de vida das populações não aumente.

Contudo, segundo aquele economista, quase sempre em Moçambique este tipo de política monetária não produz o efeito pretendido, que é controlar a subida de preços porque a inflação pode ser derivada ou de diminuição da oferta ou do aumento da procura.

Mosca anota também que "o Banco de Moçambique quer controlar a inflação através da redução da oferta porque as empresas, com taxas de juro mais elevadas não vão investir nem vão repor stocks importantes para operações de processos de produção, não criam mais empregos, e podem, inclusivamente, pessoas entrarem no desemprego".

Essa situação, gera uma situação social muito complicada e “uma política contraproducente e em muitas partes do mundo, na medida em que a procura de vários bens já é por si, muito baixa, devido à situação de pobreza de grande parte da população, o que leva a um agravamento das condições sociais das pessoas".

João Mosca sugere que, no lugar de haver uma redução de preços, acontece que o custo de vida mantém-se porque a inflação não é controlada, uma vez que a oferta das empresas não aumenta e pode diminuir inclusivamente.

O economista realça ainda que"em situações de crise inflação, devia-se fazer aumentar a produção para que exista mais oferta, a redução de preços e também a possibilidade de se criar mais empregos e haver mais famílias com rendimentos derivados dessa criação de empregos; portanto, eu acho que a política monetária do Banco de Moçambique sempre é contrária àquilo que a economia moçambicana exige".

Refira-se que o Governo adoptou um pacote de medidas destinadas a aliviar a economia, mas que, na opinião do economista Custódio Dias, não está a produzir os efeitos esperados porque os preços de alguns bens de consumo, sobretudo na cidade de Maputo, continuam a subir.

"Não se pode dizer que os consumidores sentem alguma melhoria resultante das medidas que o Governo aprovou muito recentemente", afirma aquele economista.

De acordo com o Banco de Moçambique, em Agosto, a inflação anual acelerou para 12,1%, após 11,8% em Julho, a reflectir, essencialmente, o aumento dos preços dos bens administrativos, com destaque para os transportes semi-colectivos urbanos, pese embora a inflação subjacente se tenha mantido estável.

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