As recentes denúncias de corrupção na empresa petrolífera angolana Sonangol, que também está a ser investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na sequência do caso “São Vicente”, levam políticos e analistas a exigirem uma auditoria à empresa.
Eles afirmam ter chegado a hora de desvendar vários casos de corrupção na maior empresa angolana.
Lindo Bernardo Tito, deputado independente, entende que vários dirigentes do MPLA tornaram-se milionários com dinheiro retirado da Sonangol, fato que, por si só, para ele, exige uma investigação.
Tito diz também que por isso o MPLA usa a sua maioria parlamentar para impedir a criação de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O politólogo Agostinho Sicato considera ser imperiosa a criação de uma CPI à Sonangol “porque só assim se pode auditar melhor as contas, face aos grandes escândalos que vão se registando”.
A mesma opinião tem o jurista Manuel Pinheiro quem, no entanto, alerta para o fato de não ser possível uma CPI em virtude da oposição estar em minoria.
“Se houver interesse para investigar tudo quanto se passou na Sonangol, temos o Tribunal de Contas, a IGAI e a Procuradoria-Geral da República, que têm condições para uma investigação”, acrescenta.
Quem defende também investigação à Sonangol é Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, para quem “é urgente que estas investigações se façam, é urgente que a CPI seja criada”.
Nos últimos dias, várias denúncias de corrupção na Sonangol foram tornadas públicas, particularmente pela antiga presidente do Conselho de Administração da empresa, Isabel dos Santos, e pelo líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior.