O Tribunal Supremo de Joannesburgo deverá analisar, a partir da próxima quarta-feira, 16, o caso do antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, que se encontra detido na África do Sul desde Dezembro, a pedido da justiça norte-americana, que pretende que o antigo governante seja extraditado para os Estados Unidos.
Em causa, o seu papel como pivot no caso dívidas ocultas.
Alguns sectores da sociedade defendem ser fundamental que este assunto vá até às últimas consequências.
Há cerca de uma semana, o Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), uma plataforma da sociedade civil moçambicana, submeteu ao Tribunal Supremo de Gauteng, na África do Sul, as suas alegações contra a pretensão das autoridades moçambicanas de extraditar Manuel Chang para Moçambique.
Para aquela organização, só a justiça americana é que pode julgar Chang pelo crime que cometeu contra os moçambicanos.
Por outro lado, no dia 30 de Setembro, o FMO escreveu ao procurador Richard Donoghue, do Tribunal de Brooklyn, solicitando todas as provas e evidências sobre o possivel envolvimento de Jean Boustani, no escândalo das dívidas ocultas.
Entende aquela organização que a disponibilização das provas vai ajudar os moçambicanos a terem uma compreensão cabal sobre as alegações de corrupção levantadas contra funcionários moçambicanos e aqueles com quem fizeram o negócio.
"A sociedade moçambicana está expectante; este é um assunto que deve ser investigado até às últimas consequências", defende o analista político Sande Carmona.
Por seu turno, o político Raúl Domingos diz que um julgamento justo e transparente do caso Chang só pode ser feito nos Estados Unidos da América.