Em certos círculos da imprensa e económicos começa a ser questionada a continuidade da empresária angolana Isabel dos Santos à frente da empresa de telecomunicações Unitel.
Alguns especialistas consideram que a situação dela é bastante complexa e até frágil.
Caso deixar o Conselho de Administração, Santos perde a influência que detém junto dos parceiros mas se ficar tem de ser transparente em relação aos activos e passivos que a empresa construiu desde a sua fundação.
O especialista em regulação Miguel Vieira entende que muito dificilmente Isabel dos Santos vai ceder em abandonar a direcção da Unitel, onde firmou a sua influência.
"Ao que parece a Sonangol aliou-se à Oi brasileira e ambas com 50 por cento das acções e há uma pressão para que a engenheira Isabel dos Santos abandone o Conselho de Administração da Unitel”, admite Vieira.
Por seu lado, o especialista em macroeconomia Galvão Branco entende que seria bom que a Unitel deixasse de ter o aspecto monopolista e fosse mais aberta.
"Se a engenheira Isabel dos Santos pretender assumir a participação na Unitel que eventualmente a Mercury pela Sonangol vai disponibilizar, é bom que o faça no quadro das regras a serem estabelecidas pelo accionista principal, eu acredito que não haja interesse em constituir-se uma situação de quase monopólio”, explica Branco que no entanto considera que “a Unitel deve ter um leque mais alargado possível de acionista”.
O economista vê com bons olhos a sua cotação em bolsa porque, nesse caso, “qualquer cidadão pode adquirir pequenos activos”.