A queda do preço do petróleo é “alarmante” para Angola e deixa ao Governo pouco espaço de manobra.
A opinião é de economistas angolanos e surge depois da queda do preço do barril de petróleo para cerca de 30 dólares, em apenas 24 horas.
O consultor económico Galvão Branco descreveu a abrupta queda do preço do petróleoc omo sendo “a maior pandemia” a atingir Angola.
Branco recordou que o Orçamento Geral do Estado (OGE) fez-se com base no preço do petróleo a 55 dólares e que mesmo a esse preço o Governo teve que contrair dívidas para “cobertura mais de 50 por cento do OGE”.
“De repente o preço é de cerca de 36 dólares, já não há capacidade de endividamento e sinceramente não sei que abordagem fazer”, comentou à VOA.
O presidente da Associação Industrial Angolana José Severino disse não ver outra solução senão a redução dos investimentos públicos com “consequências muito negativas”.
Para Severino ,Angola não tem outra solução senão “dançar ao ritmo da música do mercado internacional”.
“Agora temos que saber dançar", concluiu.
O deputado pela UNITA e professor universitário Raul Danda afirmou que se a crise dos preços não for momentânea vai resultar numa “dificuldade extrema” para o país.
“Com a crise que ja passamos, temos que nos preparar para o pior", rematou Danda.
Por seu lado, Manuel Fernandes, economista e deputado da CASA-CE, fez notar que o espaço de manobras de Angola é mais reduzida porque os custos de produção do petróleo angolano são altos por ser petróleo de águas profundas.
“O Governo angolano não vai ter outra opção senão rever o orçamento", afirmou.
A queda brusca do preço do petróleo decorre da falta de acordo entre a OPEP e a Rússia e outros produtores de petróleo para um preço comum do produto em meio à crise do coronavírus.