Analistas saúdam o consenso alcançado entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama sobre a criação de grupos de trabalho para discutirem assuntos militares e de descentralização, mas alertam que a paz não será efectiva se o diálogo não envolver a sociedade civil.
Eles dizem que os assuntos em cima da mesa não se referem apenas à Frelimo e à Renamo.
Vários representantes de organizações da sociedade civil têm acusado o Governo moçambicano e a Renamo de serem intransigentes quanto à inclusão, no diálogo político, de outras forças vivas da sociedade, considerando que isso não garante uma paz perene.
Na passada sexta-feira, o Presidente moçambicano e o líder da Renamo anunciaram a criação de dois grupos especializados para debaterem assuntos militares e a descentralização, que ficaram pendentes no anterior diálogo político.
Para alguns analistas, o debate sobre estas questões, sobretudo o relacionado com a descentralização, deve ser mais abrangente "porque não parece que seja apenas uma questão da Renamo e do Governo, é um assunto que diz respeito à sociedade moçambicana".
De acordo com os mesmos analistas, "cabe às organizações da sociedade civil apresentarem, de maneira concreta, ao Governo e à Renamo, as suas propostas com vista à sua participação nos esforços para a busca de paz para o paÍs".
Um pouco por todo o território moçambicano, as pessoas dizem-se satisfeitas com os recentes desenvolvimentos políticos.
No Niassa, por exemplo, o empresariado local diz que aumentaram as oportunidades de negócios naquela província.