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Analistas angolanos consideram irrealistas OGE para 2018


Eles dão razão à previsão dos consultores da revista britância Economic Intelligence

Os objectivos de crescimento económico e o défice orçamental do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018 de Angola são altamente ambiciosos, dizem os especialistas da unidade de previsão económica da prestigiada revista britânica Economist Inteligence (EI).

Os analistas dizem, no entanto, duvidar tanto da previsão de crescimento de 6,1 por cento para o sector petrolífero, como de 4,4 por cento para o sector não petrolífero.

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Eles também não acreditam num défice orçamental tão baixo, de 2,9, por cento que representa uma recuperação, face os 5,3% antecipados para este ano.

Especialistas angolanos ouvidos pela VOA dizem ter as mesmas dúvidas.

Faustino Mumbica, economista, compara as previsões orçamentais angolanas a uma criança que em casa aguarda sempre, com esperança, “que o pai vai-lhe oferecer a bicicleta prometida há vários meses”.

“Quem tem os pés bem assentes na terra sabe que o nosso orçamento ainda se fixa em factores muito precários, de modo que acho que o Governo está a alimentar expectativas muito acima da média, ou seja esticou demais a corda", acrescenta Mumbica, lembrando não haver “grandes alterações ao que tem sido os últimos anos.

Para aquele especialista,a estrutura do próprio OGE “tem patentesresquícios da cultura do passado, são as mesmas pessoas que elaboram estas previsões do OGE há anos, os mesmos métodos de gestão”, reitera Mumbica, para quemo único elemento novo “é a vontade política manifestada pelo actual Presidente da República que, por si só, não basta".

Por sua vez, o especialista em macro-economia, Galvão Branco diz que gostaria de estar em desacordo com os especialistas da EI, mas infelizmente eles estão certos em duvidar destas previsões.

"Eu também tenho algumas reservas infelizmente, é de facto desmensurada a previsão de 4,4%, e muito menos acredito que seja possível um défice fiscal tão baixo numa altura destas, se quisermos de facto que não haja mais destruição de empregos, que o nível de rendimento das famílias não diminuam, temos que gerar áreas de crescimento económico por via da despesa pública que deve ser feito à custa da emissão da divida porque não há outro caminho mais atraente".

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