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Analistas apontam para braço-de-ferro entre Governo e Renamo


Filipe Nyusi e Ossufo Momade
Filipe Nyusi e Ossufo Momade

Em causa a entrega das listas dos homens da Renamo que devem integrar as Forças de Defesa e Segurança

Um braço-de-ferro pode ter-se instalado entre o Governo e a Renamo relativamente à desmilitarização do antigo movimento rebelde moçambicano, o que poderá colocar em causa a realização das eleições municipais a 10 de Outubro.

Uma questão que nas cavaqueiras informais tem merecido grande destaque, sobretudo nos centros urbanos, é o facto de a Renamo ainda não ter apresentado ao Governo as listas dos seus guerrilheiros a serem integrados nas forças de defesa e segurança.

No final do encontro entre o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, e o coordenador da Comissão Política da Renamo, Ossufo Momade, no dia 11 de Julho, na cidade da Beira, foi anunciado que no prazo de 10 dias haveria a entrega de listas dos homens a desarmar.

Mas findo esse prazo, Ossufo Momade, em entrevista ao jornal Canal de Moçambique, disse que aqueles 10 dias não terão considerado o período necessário para a discussão, levantando também dúvidas relativamente à entrega das armas às autoridades governamentais.

Para o jurista e analista Tomás Vieira Mário, o entendimento que havia era que o que tinha acontecido na Beira, entre Nyusi e Momade, era uma discussão porque "parece que a Renamo está a colocar assuntos que não foram apresentados enquanto as partes estavam a discutir".

Segundo aquele analista, como não há nada escrito, torna as coisas mais difíceis de monitorar, "e a situação não está clara, sobre se haverá eleições ou não e o que o Governo diz perante as declarações da Renamo através da comunicação social".

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