Analistas angolanos defendem alteração da estratégia de mediação do conflito na República Democrática do Congo (RDC).
Estados Unidos surpreenderam por estes dias o continente com uma ousada opção geoestratégica ao acusar diretamente o Ruanda e o Governo do Presidente Paul Kagame de estarem a apoiar os rebeldes do M23 na desestabilização das províncias do leste da RDC.
Esta "jogada" norte-americana já está, porém, a ser pensada há alguns anos, como o demonstraram as visitas do secretário de Estado Antony Blinken a Kinshasa, oficialmente em busca de soluções para estabilizar a região dos Grandes Lagos, onde sobressaem duas realidades.
As autoridades do Ruanda rejeitaram os apelos dos EUA para a retirada de tropas e sistemas de mísseis do leste da RDC, dizendo que estão a defender o território ruandês enquanto o Kinshassa realiza uma "dramática escalada militar" perto da fronteira.
A União Africana apelou, no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo, ao M-23 e a outros grupos armados que operam no leste da RDC que cessem, incondicionalmente, as hostilidades, se desarmem e promovam o diálogo por meio dos processos de Luanda e Nairobi, sob a liderança do Presidente João Lourenço e do antigo estadista queniano Uhuru Kenyatta, a fim de consolidar os progressos alcançados até à data.
O apelo consta no comunicado final da Cimeira realizada, em Adis Abeba, Etiópia, em que a organização continental manifestou a sua profunda preocupação com a degradação da situação humanitária e de segurança naquela região e condenou os ataques contínuos contra civis.
João Lourenço, na qualidade de mediador do conflito no leste da RDC, promoveu um encontro de alto nível, em Adis Abeba, durante o qual disse que o objetivo foi de tentar colocar sob os “carris” o processo de pacificação na região de conflito. João Lourenço admite que os avanços registados conheceram retrocessos.
Em conversa com a Voz da América, os analistas políticos Nkikinamo Tussamba e Agostinho Sikato abordaram os caminhos dos esforços para a paz na região.
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