O afastamento de Abel Chivukuvuku à frente da CASA-CE por cinco dos seis partidos que integram a coligação é visto por observadores como uma porta para momentos difíceis da terceira maior força política em Angola.
A analista Albano Pedro considera que com esta decisião a CASA-CE poderá viver momentos de "desintegração sucessiva dos seus militantes", que são partidários de Chivukuvuku.
Por seu turno, o académico João Lukombo entende que a decisão dos lideres vai provocar uma grande desilusão no seio dos cidadãos que acreditaram na CASA-CEe na estratégia política gisada por Abel Chivukuvuku.
Ele sustenta que os partidários Chivukuvuku, que considera serem a maioria na CASA-CE, muito dificilmente vão apoiar a coligação já nas eleições autárquicas.
Abel Chivukuvuku foi exonerado nesta terça-feira, 26, da liderança da coligação, que nomeou, de forma interina André Mendes de Carvalho "Miau".
Aqueles partidos tinham dado ao então líder um prazo de 72 horas para apresentar a sua demissão depois da reunião de sexta-feira, 22, em que Abel Chivukuvuku e centenas dos chamados independentes, ou seja os que não pertencem a nenhum partido da coligação, praticamente anunciaram a saída da CASA-CE.
Chivukuvuku disse na altura que seria cabeça-de-lista de um partido nas eleições gerais de 2022, sem revelar qual.
No encontro ele afirmou que a coligação foi alvo de destruição judicial, em referência ao processo interposto, no Tribunal Constitucional, por cinco dos seis partidos que compõem a coligação, que pediram uma clarificação sobre a gestão dos fundos bem como a presença de independentes nos órgãos de direcção.