O Governo de Angola vai mesmo pedir ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de ter resistido, nos últimos anos, a qualquer apoio do género, preferindo apenas assistência técnica para o auxiliar a implementar as medidas contidas no seu Programa de Estabilização Macroeconómica.
Economistas dizem, entretanto, que nas condições actuais, o Executivo de João Lourenço não tem outra alternativa, mas chamam a atenção para a necessidade de o Governo estar atento às medidas que o FMI impõe aos governos, que geralmente são penalizantes para a população.
O economista Pedro Godinho defende que “caberá ao Governo saber negociar com o FMI visando atenuar as medidas que podem afectar directamente a vida da população”.
Por seu turno, o economista Faustino Mumbika admite que o recuo seja indicativo de que o Governo “está numa situação tão embaraçosa” que o obriga a dar “a mão à palmatória”.
O também economista Sapalo António diz que o Executivo estará obrigado a aceitar as condições a serem impostas pelo FMI “por não ter outra escolha”.
O Ministério das Finanças indicou que o apoio financeiro decorre da necessidade de fazer face à evolução económica mais recente, com vista a facilitar a implementação do Programa de Estabilização Macroeconómica e do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018/2022.
Em Abril, o ministro das Finanças, Archer Mangueira, tinha dito que Governo queria do FMI apenas apoio não financiado para aumentar “a credibilidade externa do país com efeitos positivos na captação de investimento directo estrangeiro”.
A solicitação do Governo angolano enquadra-se na visita de trabalho a Angola que uma missão técnica do FMI realizou na primeira quinzena de Agosto.