No dia em que os 220 deputados angolanos tomaram posse para os próximos cinco anos, analistas duvidam do seu desempenho.
Em declarações à VOA, consideram que os parlamentares não representam os interesses do povo mas apenas os seus interesses pessoais.
“Os deputados representam-se a si próprios, a interesses imediatos como os lexus, casas, dinheiros, guardas e até impunidade e depois eles representam os interesses dos seus partidos, mas nunca representaram povo nenhum", acusou o jurista Pedro Caparacata.
O sociólogo Lukombo Zatuzola diz que ser difícil alguém sentir-se representado por quem nem se quer o conhece.
"Muitos que estão nas listas de deputados não são conhecidos pelo eleitorado porque aquilo foi concebido por um circulo restrito de um partido, são impostos nomes que nem o conhecemos como vão representar o povo?", pergunta Zatuzola.
O economista Precioso Domingos defende um modelo diferente de eleição dos deputados.
"Eu me sentiria mais representado se tivéssemos um sistema de círculo uninominal em que o deputado fizesse campanha de recolha de voto individual, eu votaria em quem conheço, não é o que ocorre, os nossos deputados estão em listas indicadas pelos partidos e seus presidentes", acrescentou Domingos.
Também o jornalista Ilidio Manuel, diz não se rever na representação dos deputados “porque eles privilegiam os interesses dos seus partidos que nem sempre coincidem com os do povo, há leis, por exemplo da comunicação social que foi aprovada segundo o interesse do partido no poder, lei que restringe direitos e liberdades que já tinham sido conquistados", concluiu.
A quarta legislatura começou nesta quinta-feira, 28, com a posse dos 220 deputados e a reeleição de Fernando Piedade dos Santos para a presidente do Parlamento.