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Analista Fernando Lima alerta para o colapso do MDM na eleição de um líder anónimo


Apoiantes do partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na campanha de 2019
Apoiantes do partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na campanha de 2019

Partido perdeu a sua pujança inicial

O jornalista e analista politico moçambicano, Fernando Lima, alerta que a eleição de um líder anónimo em substituição de Daviz Simango pode colocar em colapso o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que precisa de nova credibilidade.

O MDM está sem presidente há cerca de quatro meses, na sequência da morte, a 23 de Fevereiro, do seu presidente, Daviz Simango.

Analista Fernando Lima alerta para o colapso do MDM na eleição de um líder anónimo
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O Conselho Nacional do partido, reunido em sessão extraordinária, no fim de Maio na Beira, marcou para Dezembro um congresso extraordinário, para a eleição de um novo presidente.

Para Fernando Lima, a grande dificuldade que o MDM atravessa na escolha do novo líder “passaria com o recrutamento ou convencimento de seus antigos membros”, o que “teria muito peso e daria outra credibilidade”.

“O MDM teve uma grande pujança inicial, porque era um partido alternativo. Era um partido que teve um grande apelo junto da juventude e do sector do eleitorado mais sofisticado academicamente, e perdeu estes dois eleitorados, ou seja, o eleitorado jovem e o eleitorado mais letrado (SIC)”, diz Fernando Lima, sustentando que o um líder anónimo afundaria mais o partido.

“Se o MDM não reter este eleitorado especial, não se fixar noutro eleitorado que permanece no seu pequeno nicho regional, que é a cidade da Beira e arredores, corre o risco de desaparecer naturalmente e dar origem ao aparecimento de outros partidos, que têm o mesmo potencial”, diz.

Maior projecção

O também fundador do grupo Mediacoop, proprietário dos jornais SAVANA e Media Fax, observa que o MDM – que já estava em crise de direcção na gestão de Daviz Simango - teve os piores resultados nas últimas eleições, autárquicas e gerais, provocados por guerras tribais internas, entre Senas e Ndaus, originando uma saída de quadros.

“A questão do líder é muito importante, porque este partido precisa de maior projecção”, defende Fernando Lima.

“Todas as candidaturas até agora avançadas, são quase ou de completo anonimato. Grandes dúvidas se levantariam, se qualquer uma dessas pessoas avançar como candidato” diz Fernando Lima, em alusão às possíveis candidaturas de Luís Boavida, antigo secretário-geral; José Domingos, atual secretário-geral; e Albano Carige, actual edil da Beira.

Mas, continua Lima, pressionar ou forçar a candidatura de Lutero Simango, vai “reforçar as posições de muito críticos”, nomeadamente sugerindo “é um partido familiar, é um partido da família Simango, e que o MDM não se consegue libertar da chancela da família Simango”.

“Ora um partido com as dificuldades que enfrenta o MDM, não precisa deste tipos de críticas adicionais em relação a quem lidera o partido,” diz o jornalista.

Para Fernando Lima, os partidos da oposição não estão a tirar o proveito das sucessivas crises que têm abalado a governação de Moçambique.

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