Links de Acesso

Anadarko e ENI negoceiam contratos com implicações graves para o Moçambique


A denúncia é do Centro de Integridade Pública, que cita a pressão a que está sujeito o Governo para atrair investimentos estrangeiros.

O Centro de Integridade Pública (CIP) acusou as multinacionais Anadarko e ENI de se aproveitarem da fragilidade do Estado para negociarem contratos generosos na exploração do gás no norte de Moçambique.

Num documento divulgado nesta segunda-feira,4, em Maputo aquela organização não governamental que se dedica à transparência da gestão pública, diz que as“as multinacionais estão a aproveitar-se para tirar o máximo de benefícios nas concessões de infraestruturas da logística do gás" devido às dificuldades do país.

As empresas multinacionais de pesquisa e exploração de gás natural na Bacia do Rovuma, lideradas pela americana Anadarko e italiana ENI estão a negociar com o Governo moçambicano contratos de concessão do Terminal Marítimo de Gás Natural Liquefeito (TMG-LNG) e de Instalação de Descarga de Materiais (Material Offloading Facility - MOF).

"As multinacionais pretendem construir o seu próprio Terminal Marítimo de LNG e a sua própria Instalação de Descarga de Materiais, infraestruturas que constituem a base logística de apoio à construção da planta de liquefação do gás, bem como às operações futuras durante a exploração de gás", diz o documento que acusam aquela a Andarko e a ENI de esvaziarem a importância e o objectivo da empresa Portos de Cabo Delgado,criada pelo Estado moçambicano para gerir a BLP.

Caso os consórcios liderados pelas duas multinacionais consigam a concessão exclusiva que pretendem, toda e qualquer infraestrutura que venha a ser erguida no local estará dependente de um prévio acordo entre as concessionárias e o Governo, de acordo com o CIP, que acusa a ENI e Anadarko de não pretenderem pagar as taxas de concessão das infraestruturas que vão usar na produção e escoamento do GNL.

A CIP considera que o Governo está sedento de Investimento Directo Estrangeiro (IDE).

Aquela organização não governamental lembra que o ministro das Finanças disse, recentemente, em Maputo, numa palestra no Cine-Teatro Gilberto Mendes, que o IDE baixou para cerca de 650 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2016, quando comparado com os mais de mil milhão de dólares alcançados no mesmo período de 2015

XS
SM
MD
LG