Diz o ditado que “de pequeno se torce o pepino” e quando se nasce e cresce numa família rodeada de arte, dificilmente o caminho será outro.
Neta do poeta cabo-verdiano Pedro Corsinho Azevedo, um dos nomes sagrados do movimento cultural Claridade, surgido na década de 1930 e que marcou o modernismo de Cabo Verde, Ana Azevedo é filha de Osvaldo Azevedo, poeta, pintor e músico, além de combatente pela liberdade da pátria, e de Zinha Miranda Azevedo, dona de uma excelente voz.
Nesse ambiente familiar, em que a irmã é pianista, Ana Azevedo cedo descobriu que o seu caminho seria a música.
“A sensibilidade artística do meu pai”, deixou marcas profundas, diz a cantora no programa “Artes”, da VOA.
Formada em educação musical, Ana Azevedo tem na forja o seu primeiro álbum de originais, com “mornas a galopes”.
“Quero dar a conhecer a minha arte, a minha morna, os estilos musicais que gosto de cantar”, afirma a artista que na obra apresentará temas dela e de compositores conhecidos.
No futuro, a aposta no mundo infantil é outro campo de ação de Ana Azevedo em termos de produções da artista que também tem na agenda a criação de uma escola de música porque “é importante os artistas conhecerem o fundamento da arte”.
Quanto ao seu estilo, julga-se uma cantora romântica.
“Busco muito a morna, procuro cantoras clássicas como Sãozinha Fonseca, Zenaida Chantre e Gardénia Benrós, que interpretam a morna de forma muito própria, e, devido à geração a que pertenço, poderei trazer alguma modernidade”, explica Ana Azevedo, quem se considera muito eclética.
“Eu canto a morna o fado, a world music, clássicos, boleros, tango, canções brasileiras, em português, inglês, francês, espanhol”, enumera a artista que também gosta muito do fado.
Compositora, diz não ter uma técnica ou momento de criação próprios, mas garante que os temas surgem com “arranjos vocais”.
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