O diretor da Amnistia Internacional (AI) para a África Oriental e Austral, Deprose Muchena, alerta que “a visita de Estado da chanceler alemã Angela Merkel a Angola acontece no momento em que há um ataque crescente contra os direitos humanos, incluindo os direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica”.
Em nota que antecede a visita que Merkel a Angola na sexta-feira, 7, Muchena relata que “no mês passado, a polícia prendeu cerca de 18 jovens que protestaram contra a lentidão das autoridades para aprovar a proposta legislativa sobre a descentralização do poder executivo”.
Os manifestantes foram libertados mais tarde “sem acusações, mostrando que a prisão deles foi uma represália por exercer seus direitos humanos”, continua Muchena, para quem “eles nunca deveriam ter sido presos”.
Ainda de acordo com aquele responsável da AI, no sul de Angola, dezenas de milhares de criadores de gado que “foram expulsos das suas terras para dar lugar a propriedades comerciais de gado foram expostos a um maior risco de fome à medida que a seca toma conta dessa região.”
A abordagem dessas questões de direitos humanos e a melhoria da situação em Angola “devem estar no topo da agenda do chanceler Merkel e do Presidente João Lourenço”, defendeu Deprose Muchena.
A chanceler alemã realiza na sexta-feira, 7, e sábado uma visita a Angola com as relações económicas na agenda.