No momento em que decorre na ilha do Sal, Cabo Verde, a nona Conferência sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento em África, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva defendeu a construção de uma voz forte e unificada do continente no tema, porquanto só desta forma “será possívelfazer face aos desafios da alteração climática”.
Em Cabo Verde, país arquipelágico e que enfrenta grandes períodos de seca, ambientalistas defendem uma melhor organização e unificação de ideias e posições dos países africanos.
Esta posição é assumida por Tomy Melo, da organização Biosfera I, que é secundado pelo presidente da Associação de Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD), Januário Nascimento, quem acrescenta a importância de uma boa articulação entre os diferentes ministérios e as próprias organizações da sociedade civil em cada país.
A reunião pretende preparar uma proposta única do continente para a Cimeira do Clima a realizar-se em Glasgow em Novembro.
Na sua intervenção na abertura da conferência, o primeiro-ministro cabo-verdiano considerou que a Cimeira de Glasgow terá sucesso se a África estiver no centro das negociações.
"África é o continente que produz menos emissões de gases com efeito de estufa, quatro por cento no total,mas sofre maisas consequências das alterações climáticas", alertou Correia e Silva, para quem as necessidades energéticas e industriais que são muitas, “devem ser supridas por tecnologias limpas e amigas do ambiente”.
Perante a crise pandémica, o Chefe de Governo afirmou ser necessário assegurar que a agenda do financiamento não fique prejudicada.
O ambientalista Tomy Melo aponta a "organização e unificação de posições" como factores essenciais para que a África possa atingir os objectivos traçados em matéria de preservação do ambiente.
"Exige-se uma unificação africana para que o continente consiga delinear os seus próprios objectivos e trilhá-los'', defende o ambientalista.
Januário Nascimento, por seu lado, destaca a importância de "uma boa articulação entre os diferentes ministérios e as próprias organizações da sociedade civil", na necessária junção de forças.