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Amílcar Cabral-50 anos da sua morte: Cabo-verdianos ainda desconhecem a obra dele


Amílcar Cabral
Amílcar Cabral

Os cabo-verdianos devem conhecer melhor a historia do país e acarinhar mais os seus heróis nacionais.

Esta é a leitura de cidadãos e analistas políticos ouvidos pela VOA nesta sexta-feira, 20 de Janeiro, em que se assinalam os 50 anos da morte de Amílcar Cabral e é referenciado como Dia dos Heróis Nacionais.

Cabral, líder fundador do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, que conduziu a luta de libertação dos dois países, foi assassinado na Conacri em 1973.

Muitos jovens dizem não conhecer bem a história do país e entendem que se deve introduzir nas escolas uma disciplina que ensine tudo relacionado com o passado e o presente, a fim de entenderem melhor o futuro.

Memorial Amílcar Cabral, Cidade da Praia, Cabo Verde
Memorial Amílcar Cabral, Cidade da Praia, Cabo Verde

O "contributo de Amílcar Cabral" na condução da luta de libertação da Guiné Bissau e Cabo Verde, que culminou com a proclamação da independência dos respetivos países, "é valioso", considera o estudante Lucas Fortes, quem deseja que os jovens passem a "aprofundar mais os conhecimentos sobre a história do país e a valorização dos principais líderes".

Na opinião de Etelvina Pires, ainda há um grande défice na valorização da figura de Amílcar Cabral.

"Penso ser necessário falarmos nas escolas e transmitir às crianças o verdadeiro contributo do líder histórico na construção do processo para independência de Cabo-Verde", disse Pires.

Manuel Ribeiro, aposentado, lamenta o facto de Cabral ter sido assassinado e não ter conseguido implementar outros projetos importantes que tinha para os povos de Cabo Verde e da Guiné Bissau.

" O cabo-verdiano conhece muito pouco da sua historia... devia-se arranjar disciplinas próprias para se falar da verdadeira caminhada e isso começar desde o jardim de infância", defendeu.

A mesma ideia é defendida por Margarida Santos, para quem "se deve fazer mais para honrar a memória dessa grande figura africana e não só, sugerindo aos jovens que estudem e saibam tudo o que Cabral fez Cabo Verde e o seu povo".

O analista politico António Ludgero Correia considera que a história deve ser cultivada para os jovens conhecerem bem o papel que as diferentes personalidades desempenharam.

" Os heróis são de facto importantes para sociedade e devemos de facto celebrá-los e para fornecer informações e a geração futura conhecer bem a nossa história e as pessoas que são dignas de serem recordadas sempre", concluiu o antigo conselheiro da Presidência da República.

O Presidente da República e o presidente da Assembleia Nacional participaram na cerimónia de deposição da coroa de flores no memorial Amílcar Cabral.

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