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Alunos expulsos por indícios de corrupção no Uíge


Protestos de alunos perto da sede do Governo de Uíge, Angola (Foto de Arquivo)
Protestos de alunos perto da sede do Governo de Uíge, Angola (Foto de Arquivo)

Os alunos são acusados de falsificação de documentos e compra de vagas ou aquisição de vagas por influências.

Dezenas de alunos da Escola de Formação de Técnicos de Saúde, na província angolana no Uíge, foram expulsos das salas de aulas na quinta-feira, 23, por alegadamente estarem envolvidos em falsificação de documentos, compra de vagas ou aquisição de vagas por influências.

A decisão foi tomada por uma equipa de inspeção conjunta criada pelas delegações da Saúde e da Educação no Uíge.

A inspecção conjunta analisou o processo de admissão de novos estudantes na referida instituição e constatou algumas irregularidades.

A informação foi avançada pelo chefe do Departamento para o Ensino do gabinete provincial da Educação, Tavares Muhongo, sem dar mais detalhes por alegadamente por ser prematuro falar sobre o assunto.

A VOA ouviu alguns estudantes que consideraram ser uma injustiça da parte da comissão, pelo facto de o ano lectivo se encontrar no segundo semestre.

Jaime António e Dorcas Santos confirmaram que alguns colegas estão foram expulsos por comprarem vagas.

Adelina Paulo, umas das alunas expulsas, contou, que no caso dela, “mandaram chamar os encarregados para tratarem o caso com a secretaria”.

Por outro lado, os estudantes dizem existir nas listas de presença nomes de alunos “fantasmas”, que não aparecem nas turmas.

“Também tem nomes nas nossas listas de pessoas que não sabemos e nem aparecem, e as pessoas que deveriam estar os nomes não constam é o que mais nos inquieta”, afirmou Fineza Pacheco..

Afonso Paulo disse ainda existir nas turmas alunos que conseguiram vagas por influência, mas que não foram expulsos.

“Sinceramente o que está se passar é uma tremenda injustiça porque neste momento há uma boa parte de colegas que estão aqui não estavam na lista de admissão chegaram há pouco tempo, mas já têm nomes nas listas definitivas porque são filhos de chefes e os que estavam há muito tempo aqui foram expulsos, só pode ser injustiça, se nós vermos nas turmas a maioria que ficou são filhos de chefes”, explicou Afonso Paulo.

O chefe do Departamento para o Ensino do Gabinete Provincial da Educação, Tavares Muhongo, adiantou à VOA numa conversa não gravada que a comissão de inspeção continua a trabalhar no processo e disse ser prematuro prestar declarações a imprensa, mas prometeu pronunciar-se oportunamente.

A VOA contacou a Direcção Provincial da Saúde para comentários, mas sem sucesso.

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