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Alta percentagem de empresários angolanos abre falência em poucos anos


Segundo dados do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), 60% das empresas em Angola declaram falência em menos de três anos após a sua constituição.

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Para o economista Anastácio Domingos, o problema não está no mercado, nem nas oportunidades de se fazer negócio, mas na maneira improvisada de como se tem feito os referidos negócios: "Algumas razões que podemos elencar aqui são, número um, a falta de definição da missão e visão das empresas, das pequenas empresas", disse.

“Há pouca capacidade técnica no que concerne a gestão empresarial, visto que estas empresas nascem nos seios familiares e os gestores são nomeados sem nenhuma preparação técnica e também temos o problema com a gestão financeira, problemas com o marketing, problemas de gastar mais do que se ganha” afirmou Domingos para quem “os pequenos empresários normalmente confundem finanças pessoais com finanças das empresas”.

“A falta de planificação e a questão, por exemplo, de querer constituir uma empresa de forma rápida para, por exemplo, ganhar um concurso de empreitada do Estado ou de um negócio que parece de forma repetida e sem estratégia de continuidade, caso não haja mais”, acrescentou.

Fatores como a inflação monetária, a instabilidade da moeda, a falta de divisas para a compra de mercadorias e matérias-primas, imposição de impostos, taxas aduaneiras excessivas e injustificáveis estão também entre as principais causas da contínua falência de centenas de empresas em Angola, disseram especialistas.

Além disso, a fiscalização corrupta, que frequentemente impõe pagamentos arbitrários, a dificuldade no acesso ao financiamento, a burocracia excessiva e o ambiente regulatório complexo agravam ainda mais a situação, tal como nos disse o economista Nataniel Fernandes.

“As razões que levam as empresas a morrerem ou a não serem viáveis são várias. Primeiro, o nosso ambiente de negócios é muito difícil, toda a gente sabe. O ambiente fiscal também é bastante difícil. A burocracia ainda é grande. O acesso ao crédito é praticamente inexistente, principalmente para as pequenas e médias empresas. A capacitação dos empresários também é muito baixa. Nós temos baixos níveis de inovação”, disse.

Nataniel Fernandes, sugere medidas para conter o elevado número de empresas que vão a falência todos os dias.

“É preciso perceber, fazer um bom estudo, perceber os verdadeiros constrangimentos, retirar todos os constrangimentos, eliminar todos os pesos que fazem com que as empresas realmente não tenham sucesso, abraçá-las no sentido de que elas tenham o máximo de sucesso, capacitação das pessoas. Se fizermos isso, nós vamos ter as empresas realmente a funcionarem bem, capazes de produzir, a serem viáveis”, disse.

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