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Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU pede investigação à crise de migrantes entre RDC e Angola


Michelle Bachelet
Michelle Bachelet

Michelle Bachelet alerta para nova onda de violência étnica no Kasai com regresso dos refugiados

A Alta Comissária para das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, exortou nesta sexta-feira, 26, o Governo angolano a suspender as expulsões em massa de migrantes da República Democrática do Congo (RDC).

A antiga presidente chilena pediu uma investigação à “Operação Transparência” e à situação deles nas províncias congolesas e advertiu para a necessidade de impedir uma onda de violência inter-étnica na província de Kasai.

Desde 25 de Setembro,Angola expulsou cerca de 330 mil migrantes congoleses, principalmente para as províncias fronteiriças de Kasai, Kasai Central e Kwango.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos considera que as expulsões em massa foram feitas com recurso a força excessiva e graves violações dos direitos humanos pelas forças de segurança angolanas e da RDC.

Congoleses deixam Angola
Congoleses deixam Angola

A ONU confirma seis mortes e pelo menos 100 feridos.

A porta-voz daquele órgão, Ravina Shamdasani, afirma que as forças da RDC supostamente submeteram imigrantes à extorsão e ao pagamento de impostos de forma ilegal nachegada à cidade de Kamako.

Shamdasani acrescenta que a Alta Comissária Michele Bachelet está preocupada com a possibilidade de a região do Kasai voltar a viver uma nova onda de violência, caso as autoridades da congolesas não protegerem os migrantes que têm sofrido muito com violência e exploração.

"Dada à presença contínua de grupos armados que divididos em linhas étnicas no Kasai, estamos a alertar para o risco de uma nova onda de violência inter-comunitária se a situação não for tratada com cuidado pelas autoridades ... Se isso falhar, tememos que possamos haver uma repetição dos ciclos de violência terrível que irromperam no Kasai em 2016”, alerta Shamdasani.

Em declarações à VOA, a porta-voz lembra que não houve qualquer responsabilização dos autores das graves violações dos direitos humanos ocorridas naquela província congolesa em 2016 e 2017.

Os migrantes congoleses trabalhavam como garimpeiros ilegais no nordeste de Angola e foram detidos e expulsos no âmbito da “Operação Transparência” que combate a exploração de diamantes.

As autoridades angolanas negam as alegações de expulsões em massa e brutalidade, insistindo que os migrantes voltaram para casa voluntariamente.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, MichelBachelet, pediu uma investigação à operação e à situação dos migrantes na RDC para garantir justiça às vítimas.

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