Vários senadores, incluindo republicanos, estão a solicitar o adiamento da votação para a confirmação de Brett Kavanaugh, indicado ao Supremo Tribunal dos EUA por Donald Trump, após uma mulher alegar publicamente que este a agrediu sexualmente quando estavam no ensino médio.
Christine Blasey Ford, professora da Universidade de Palo Alto, na Califórnia, disse ao Washington Post que temia por sua vida durante o ataque. A advogada de Ford diz que ela está disposta a testemunhar perante o Congresso sobre o incidente.
"Eu pensei que ele poderia inadvertidamente me matar", disse Ford ao Post numa entrevista publicada no domingo.
Ford disse que o incidente ocorreu numa festa em Maryland, na década de 1980, quando ela e Kavanaugh estavam no ensino secundário.
Ela disse que Kavanaugh e um amigo a encurralaram num quarto, tendo o primeiro tentado tirar as suas roupas. Segundo ela, os dois rapazes estavam bastante embriagados.
Kavanaugh nega ter cometido qualquer irregularidade.
“Eu categoricamente e inequivocamente nego esta alegação", disse Kavanaugh em comunicado, na semana passada. "Eu não fiz isso no ensino médio ou em qualquer momento."
Espera-se que o Comité Judiciário do Senado vote na nomeação de Kavanaugh na quinta-feira.
Um comunicado do comité acusa os democratas de esconder as alegações de Ford até a véspera da votação.
O senador republicano Lindsey Graham, membro do comité, disse concordar com as preocupações expressas na declaração, mas gostaria de ouvir Ford se ela quiser falar directamente com os membros.
"Se o comité deve ouvir a senhora Ford, isso deve ser feito imediatamente para que o processo possa continuar como previsto", disse Graham.
O senador Jeff Flake, outro republicano no comité, disse que não votaria na aprovação de Kavanaugh sem antes ouvir as declarações de Ford.
Outra republicana, a senadora Lisa Murkowski, disse à CNN, no domingo, que o comité deveria considerar o adiamento da votação.
"Isso não é algo que surgiu durante as audiências. E se isso é substancial, exige uma resposta", disse ela.
A principal democrata no painel, a senadora Dianne Feinstein, liderou uma série de democratas pedindo o adiamento na votação.
"Eu apoio a decisão da senhora Ford de partilhar a sua história, e agora que ela partilhou, cabe ao FBI fazer a investigação. Isso deve acontecer antes do Senado ir adiante com este candidato", disse Feinstein.