Cabo Verde é um país conhecido pela sua música, praias e o seu aguardente de cana de açúcar, popularmente denominado grogue, e que é um produto de exportação.
Entretanto, há anos, especialistas têm advertido para o facto de o consumo de bebidas alcoólicas constituir um sério problema de saúde.
Hospitais não param de atender casos que têm como origem o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e as estradas do arquipélago têm sido um cemitério de pessoas.
Para o ministro da Administração Interna Paulo Augusto Rocha, 50 vítimas por ano nas estradas devido ao consumo de álcool num país com meio milhão de habitantes é um alerta ao qual as autoridades têm de responder.
“Importa pois um conjunto de medidas de reforço da prevenção e promoção e àcultura e a defesa da vida nas estradas”, defendeu Rocha recentemente no Dia da Prevenção Rodoviária.
Frente a este quadro considerado caótico por especialistas e organizações da sociedade civil que têm levantado a sua voz, o primeiro-ministro garante que o seu Executivo tem um plano e que a lei tem de ser cumprida.
Ulisses Correia e Silva diz haver uma “mudança no que toca ao encerramento dos estabelecimentos noturnos” e garante que a lei “terá de ser cumprida”, em todos os seus aspectos, nomeadamente quanto ao acesso de menores a bebidas alcoólicas.
Especialistas têm chamado a atenção das autoridades para a necessidade de um combate integrado do consumo de bebidas alcoólicas, que adentre na própria cultura nacional.
Na verdade, há dados que apontam para uma cultura de consumo, particularmente do aguardente, numa primeira fase, que se entende a outros produtos, muitos deles falsificados.
O sociólogo Henrique Tomás Varela considera que há que “trabalhar na consciencialização da sociedade no sentido de incutir uma atitude que conduzirá a uma mudança de comportamento” de cada um dos cidadãos.
Acompanhe: