O alargamento do Comité Central do MPLA destina-se a evitar descontentamentos dentro do partido, disse Vicente Pinto de Andrade, antigo militante do partido.
Pinto de Andrade comentava a decisão de se alargar a lista de membros do Comité Central de 311 para 363, salientando-se a entrada de dois dos filhos do presidente José Eduardo dos Santos, nomeadamente Tchizé dos Santos e José Filomeno dos Santos Zenu, actual número 1 do Fundo Soberano.
As recentes resoluções vão à discussão e aprovação no VII Congresso dos "camaradas" que acontece de 17 a 20 do corrente mês.
''Quando se quer evitar descontentamento numa organização, a solução não é reduzir, mas sim alargar" disse.
Quanto á entrada dos filhos de José Eduardo dos Santos, Pinto de Andrade não contesta, mas diz que era mais previsível que entrasse Isabel Dos Santos
''Esperava que entrasse Isabel Dos Santos no CC, porque parece-me muito mais interventiva, mostra mais suas ideias, participa muito mais'', disse
O politólogo Agostinho Sicato acredita que alguns jovens só entraram para o CC do MPLA por serem fihos de quem são.
'' Isto do ponto de vista moral é reprovável, porque dentro da própria JMPLA há jovens com maior capacidade que muito dos que entraram'', disse em referência á organização juvenil do MPLA.
O secretário Geral do partido, Julião Mateus Paulo Dino Matross, disse que o estatuto do partido prevê renovação até 45 por cento, mas admitiu que os números ficaram aquém das previsões.
Para Dino Matross, apesar das quotas, para o Comité Central não deve entrar qualquer jovem, daí a dificuldade encontrada para se atingir o estipulado pelos estatutos do MPLA.