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Líderes quenianos divididos quanto à ajuda militar à Somália


Membros do al-Shabab capturados
Membros do al-Shabab capturados

Debate emerge depois do ataque à Universidade de Garissa.

No Quénia, os líderes políticos encontram-se divididos sobre a retirada ou não do seu exército da Somália, onde luta contra os militantes do al-Shabab. O debate acontece após uma série de novas incursões do grupo terrorista, particularmente o recente ataque à Universidade de Garissa. Aliados do Governo queniano dizem que a retirada das tropas do país vizinho não irá parar as ameaças do grupo terrorista.

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Nas últimas duas semanas, os políticos quenianos têm debatido sobre a permanência ou não das suas tropas na Somália para combater o al-Shabab. Alguns afirmam que a melhor alternativa seria trazer o exército de volta para a fronteira, a fim de lutar contra os insurgentes que realizam ataques nessa região e em cidades do Quénia.

Desde que o Presidente Uhuru Kenyatta assumiu o poder em Abril de 2013, mais de 400 pessoas foram mortas em ataques terroristas, sendo o incidente da Universidade de Garissa o mais violento, com mais de 140 mortos.

Billow Kerrow, senador do Estado de Mandera, onde ocorreu um dos piores ataques terroristas realizados recentemente, afirma que as tropas quenianas devem regressar para as fronteiras.

“Eu acredito que as forças de defesa do Quénia devem ir para fronteira, para criar uma zona de protecção do país. Mandera tem cerca de 270 quilómetros de fronteira com a Somália e temos aí menos de 200 soldados. Nós precisamos de soldados a cada 20 ou 30 quilómetros para podermos proteger as nossas fronteiras”, explicou.

Entretanto, o governador do Estado de Mandera, Ali Roba, quer que os soldados quenianos permaneçam na Somália. Ele diz que as tropas estão a fazer um bom trabalho. O governador Roba já sobreviveu a mais de dois ataques contra a sua vida em Mandera.

Por seu lado, os líderes da oposição insistem que o número de ataques ocorridos recentemente no país são respostas ao envolvimento do Quénia na Somália.

O senador James Orengo, da oposição, afirma que o movimento terrorista está a aumentar no Quénia e as forças do país devem lutar contra as redes terroristas locais.

“Agora a ameaça do al-Shabab está a seguir em caminhos diferentes porque o terrorismo fora da Somália está a tornar-se uma séria ameaça. Eles estão a tentar recrutar quenianos para se juntarem ao grupo na Somália. E eles preferem que quenianos façam parte das actividades ilegais que o grupo realiza do país e não os membros que estão na Somália”l, defende Orengo.

No recente ataque à Universidade de Garissa, investigadores revelaram que quatro dos atacantes eram quenianos, sendo um deles filho de um chefe local de Mandera e dois do oeste do país. Autoridades dizem acreditar que o quarto integrante era da cidade de Mombasa.

As Nações Unidas estimam que 500 jovens do Quénia e da Eritreia se juntaram ao al-Shabab na Somália.

Autoridades quenianas anunciaram uma amnistia de 10 dias para que os jovens do país que se juntaram ao al-Shabab se entreguem à polícia e denunciem a violência.

Os líderes muçulmanos receberam bem a oferta, mas os líderes cristãos são contra a amnistia por consideram que ela significa uma rendição ao terrorismo.

O deputado William Ruto afirma que esses líderes que demandam a retirada das forças quenianas estão a atender ao chamado dos grupos terroristas.

“O debate que demanda que nossas forças regressem ao Quénia é inútil. O al-Shabab é que deveria estar a dizer que nós temos que tirar as nossas forças da Somália. Então como os líderes quenianos podem dar as mãos ao al-Shabab e tirar as nossas tropas da Somália? Vocês fazem parte do al-Shabab?", pergunta Ruto.

O grupo terrorista afirmou que irá continuar a atacar o Quénia até que o país retire as suas tropas uma demanda rejeitada pelo Governo de Nairobi.

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