Produtores nacionais de feijão boer dizem que foram traídos pelas autoridades nacionais, que incentivaram a produção e agora há incerteza sobre a sua colocação no mercado internacional.
Em causa está o facto de terem sido aconselhados a massificar a cultura do feijão boer com a promessa de mercado.
Eles responderam ao conselho e deixaram de lado outras culturas de subsistência, mas chegado o momento da colheira, não há clientes.
"Houve uma traição. Alguns empresários andaram a dizer para produzirmos muito feijão boer. Produzimos, mas agora já não há comprador" disse Ana Paula Tacauale, dando voz aos camponeses.
O Instituto Nacional de Cereais diz que houve mal um entendido gerado pela restrição de importações na Índia, o principal mercado, que abrangia países vizinhos, mas que não era extensiva a Moçambique.
João Macaringue, director-geral daquele instituto garante que a situação será ultrapassada em breve.
A crise de exportações não é exclusiva de produtores de feijão bóer.
Nos últimos 10 anos, o governo levou a cabo uma campanha de produção de jatrofa para alimentar a indústria de biocombustíveis. Camponeses do norte do país aderiram à iniciativa, mas nunca houve comprador para a sua produção, para o desalento de quem fez a aposta