Analistas estimam que as mulheres agricultoras produzam cerca de 90 por cento da comida em África. A Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) acrescenta que dois terços das mulheres africanas têm trabalho na agricultura.
A VOA esteve no encontro das organizações das mulheres agricultoras, nos Camarões, onde foram discutidos meios para tornar a agricultura numa actividade mais lucrativa.
Em Santa, no noroeste dos Camarões, Adamu Maino cria gado num pedaço de terra da família, que ele tirou da sua irmã Maimonatou Aisha devido a tradições culturais.
Líderes de uma associação africana de agricultoras, incluindo a camaronesa Veronica Kini, foram ter com Maimonatou para encorajá-la a recuperar a sua terra.
Para Verónica “não se pode esperar que uma mulher que tenha passado 30 anos a cultivar fique sem direito à sua terra pelo simples facto de ser mulher. Eles dizem que ela é mulher, vai casar-se com uma família diferente, por isso não tem direito à sua própria terra.”
Maimonatou é apenas uma em milhões de mulheres agricultoras africanas que enfrentam uma série de problemas no que toca a práticas tradicionais, como não terem direito à sua terra ou terem dificuldades no acesso a empréstimos.
Simadana Elizabeth do Malawi diz que os problemas são semelhantes em todo o continente: “Muitas de nós não possuímos terra. Quando vamos a uma instituição financeira, pedir um crédito, os bancos querem saber se somos proprietárias de terras e aí percebe-se que a maior parte das mulheres não tem propriedades, por isso é um desafio comum e temos que arranjar uma solução para o mesmo”.
A FAO reconhece que as mulheres são o pilar da agricultura africana. Elas produzem perto de 90 por cento dos produtos alimentares em África e são também responsáveis por preparar a comida para as suas famílias.
Durante três dias, grupos de mulheres agricultoras reuniram-se nos Camarões para analisar os obstáculos que elas acreditam estarem a atrasar o seu progresso.
Entre as preocupações está o facto de lhes parecer que os governos fazem pouco para resolver os problemas. Veronica Kini diz que o problema é a inércia.
“É de facto deplorável. Temos dito isto vezes e vezes sem conta. Consegue imaginar uma mulher de 50 anos a carregar um saco de 50 quilos na cabeça enquanto atravessa uma ponte que está mal construída?! Para mim é deplorável, nós precisamos de tractores, de ceifeiras, eles sabem o que precisamos”, conclui.
Entre as resoluções da conferência de Yaounde definiu-se ser preciso esclarecer melhor as mulheres sobre os seus direitos. A presidente da Rede de Agricultoras da África Central, Elizabeth Atangana, diz que isso consegue-se com formação.
“A formação foi uma das principais recomendações, para que elas consigam ter iniciativa, saber negociar e também defender os seus interesses”, defende.
De acordo com as Nações Unidas, mais de 1 bilhão e meio de mulheres no mundo dependem da agricultura para subsistir, mas boa parte das vezes elas não beneficiam dos fundos para a agricultura por questões culturais e fraco acesso a terras e a crédito.
A VOA esteve no encontro das organizações das mulheres agricultoras, nos Camarões, onde foram discutidos meios para tornar a agricultura numa actividade mais lucrativa.
Em Santa, no noroeste dos Camarões, Adamu Maino cria gado num pedaço de terra da família, que ele tirou da sua irmã Maimonatou Aisha devido a tradições culturais.
Líderes de uma associação africana de agricultoras, incluindo a camaronesa Veronica Kini, foram ter com Maimonatou para encorajá-la a recuperar a sua terra.
Para Verónica “não se pode esperar que uma mulher que tenha passado 30 anos a cultivar fique sem direito à sua terra pelo simples facto de ser mulher. Eles dizem que ela é mulher, vai casar-se com uma família diferente, por isso não tem direito à sua própria terra.”
Maimonatou é apenas uma em milhões de mulheres agricultoras africanas que enfrentam uma série de problemas no que toca a práticas tradicionais, como não terem direito à sua terra ou terem dificuldades no acesso a empréstimos.
Simadana Elizabeth do Malawi diz que os problemas são semelhantes em todo o continente: “Muitas de nós não possuímos terra. Quando vamos a uma instituição financeira, pedir um crédito, os bancos querem saber se somos proprietárias de terras e aí percebe-se que a maior parte das mulheres não tem propriedades, por isso é um desafio comum e temos que arranjar uma solução para o mesmo”.
A FAO reconhece que as mulheres são o pilar da agricultura africana. Elas produzem perto de 90 por cento dos produtos alimentares em África e são também responsáveis por preparar a comida para as suas famílias.
Durante três dias, grupos de mulheres agricultoras reuniram-se nos Camarões para analisar os obstáculos que elas acreditam estarem a atrasar o seu progresso.
Entre as preocupações está o facto de lhes parecer que os governos fazem pouco para resolver os problemas. Veronica Kini diz que o problema é a inércia.
“É de facto deplorável. Temos dito isto vezes e vezes sem conta. Consegue imaginar uma mulher de 50 anos a carregar um saco de 50 quilos na cabeça enquanto atravessa uma ponte que está mal construída?! Para mim é deplorável, nós precisamos de tractores, de ceifeiras, eles sabem o que precisamos”, conclui.
Entre as resoluções da conferência de Yaounde definiu-se ser preciso esclarecer melhor as mulheres sobre os seus direitos. A presidente da Rede de Agricultoras da África Central, Elizabeth Atangana, diz que isso consegue-se com formação.
“A formação foi uma das principais recomendações, para que elas consigam ter iniciativa, saber negociar e também defender os seus interesses”, defende.
De acordo com as Nações Unidas, mais de 1 bilhão e meio de mulheres no mundo dependem da agricultura para subsistir, mas boa parte das vezes elas não beneficiam dos fundos para a agricultura por questões culturais e fraco acesso a terras e a crédito.