Agentes da Guarda Nacional e da Polícia de Ordem Pública da Guiné-Bissau são acusados de espancar cidadãos indocumentados nas celas da segunda esquadra da capital do país.
As operações que, segundo as fontes, acontecem à noite estão a geral uma onda de contestação no seio da população.
Os agentes da Guarda Nacional e da Policia de Ordem Pública, envolvidos nas operações de rusgas noturnas, são acusados de pancadarias e cobranças ilícitas de 5 mil francos cfa, correspondente a 10 dólares, aos cidadãos detidos sem Bilhete de Identidade.
Os relatos das vítimas indicam que alguns dos detidos, entre os quais crianças, foram abordados perto das suas residências e levados, de seguida, para esquadra principal de Bissau, onde, alegadamente, são “maltratados” pelos agentes:
“Eu fui preso por volta das 19 horas. Na esquadra, fomos agrupados numa única cela, onde algumas pessoas foram levadas depois para outras celas e, de seguida, ouvem-se gritos. Não sei se são submetidas a choques ou o que. Estivemos lá, homens e mulheres, de pé, sem assento e sem condições de higiene, até ao amanhecer”, denuncia uma das vítimas, enquanto outra que, pediu o anonimato, diz ter encontrado “na cela crianças, mulheres e homens, já com idade avançada”.
Confrontado com estes factos, o ministro do Interior, Mutaro Djaló, desdramatizou a situação.
“O nosso trabalho é difícil. Não somos perfeitos. É normal que um polícia e um cidadão se impliquem em discussão, por causa de um Bilhete de Identidade. Isso é normal”, defende-se Djaló.
As rusgas levadas a cabo pelo Ministério do Interior têm sido alvos de severas criticas por parte dos cidadãos.