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Agente do Serviço de Investigção Criminal acusado de espancar activista na Lunda Norte


Polícia em Cafunfo, 30 de Janeiro de 2021
Polícia em Cafunfo, 30 de Janeiro de 2021

Um agente do Serviço de Investigação Criminal no Cafunfo (SIC), vila diamantífra do Cuango na província da Lunda Norte, é acusado de ter espancado, no fim-de-semana, o conhecido activista dos direitos humanos Jordan Muacabinza, alegadamente por pretender saber das causa e circunstâncias da morte de um cidadão, cujo corpo tinha sido abandonado num matagal.

Jordan Muacabinza disse à VOA que a atitude do agente de nome Domingos José Vadinho violou os seus direitos enquanto activista e exige que aquele operativo da polícia seja responsabilizado pelo crime de agressão.

O activista acusa o agente em causa de estar na origem de outros crimes contra cidadãos na região, incluindo membros da sua família.

“Enquanto fotografava o cadáver fui surpreendido com uma chapada às costas e outras duas na cara. Ele disse que não se importava com o facto de eu ser defensor dos direitos humanos”, revelou Muacabinza.

Contactado pela VOA, o responsável pelo SIC de Cafunfo, Domingos Dalila, disse que a agressão ao activista deveu-se ao facto de este ter violado um espaço classificado como “local do crime” e que estava devidamente vedado e isolado pelos agentes de investigação criminal.

“Eles violaram a vedação, pegaram no corpo e o senhor

pisou o espaço à volta do cadáver. Mataram todas as evidências”, disse o investigador criminal.

A região do Cafunfo foi palco em Janeiro de 2021 de confrontos entre a polícia e populares que pretendiam se manifestar contra a carestia de vida e o suposto abandono da região pelo Governo provincial.

O incidente resultou na morte de várias pessoas cujos números exactos nunca foram tornados públicos.

Na sequência das prisões ocorridas, o Tribunal da Comarca do Dundo, província angolana da Lunda Norte, condenou o presidente do autodenominado Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima e mais três arguidos, a quatro anos e seis meses de prisão, pelo facto de pertencerem ao referido movimento.

Zecamutchima tinha sido acusado de crimes de associação criminosa e realização de manifestação violenta, na sequência dos confrontos entre a polícia e manifestantes a 30 de Janeiro do ano passado, nos quais de seis a 30 pessoas terão sido mortas.

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