A política externa do Presidente angolano marca pontos nesta semana quando João Lourenço for recebido nesta quinta-feira, 30, na Casa Branca, em Washington, pelo seu homólogo americano, Joe Biden.
João Lourenço é o segundo Presidente angolano a visitar a Casa Branca, depois de José Eduardo dos Santos, em 1995, a convite de Bill Clinton.
No encontro, Joe Biden deve abrir as portas a uma cooperação ainda maior entre Washington e Luanda, fato que, segundo analistas políticos, pode sinalisar uma viragem de Angola ao Ocidente, depois de décadas de uma estreita copperação política e económica com a China e a Rússia.
O escritor e professor de História Africana da Universidade de Howard, em Washington, Jean-Michel Mabeko-Tali e o especialista em política internacional, professor universitário e escritor angolano Osvaldo Mboco analisam no programa Agenda Africana, da Voz América, a importância do encontro entre Biden e Lourenço e seu impacto na cooperação entre os dois países e também na política africana.
Mabeko-Tali considera que Angola evoluiu politicamente e que os EUA têm que olhar para Angola como um parceiro e "não como mais um país em África".
Para aquele professor, a reunião é consequência da evolução de Angola, que tem um enorme peso em África.
O encontro de Washington é o reconhecimento das reformas estruturais e estruturantes que Angola tem estado a implementar a nível da política doméstica, como a melhoria do ambiente de negócios, combate à corrupção, promoção de valores universais, democracia, direitos humanos, diz Osvaldo Mboco.
Aquele especialista em política internacional acrescenta que a reunião "simboliza um ganho da diplomacia angolana, tendo em atenção que tem estado a trabalhar de forma afincada para estreitar as relações com os Estados Unidos".
Mboco, que diz haver ainda muita coisa para melhorar em Angola, como a nível dos direitos humanos e das liberdades, dá nota positiva à forma como Lourenço vem gerindo a política externa, que ele apelida de "diplomacia de jogo de cintura", acomodando os diversos intereses, nomeadamente das potências mundiais, Estados Unidos, China e Rússia, aos principais interesses de Angola.
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