A Assembleia Geral da ONU votou de forma esmagadora a favor de uma resolução nesta quinta-feira, 23, que pede “uma paz abrangente, justa e duradoura” o mais rápido possível na Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta da ONU.
Com 141 votos a favor, sete contra e 32 abstenções, os governos apoiaram o texto apresentado pela Ucrânia, que destacou a importância de encontrar a paz.
Também reiterou a exigência da Assembleia Geral de que a Rússia “retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente e pede a cessação das hostilidades”.
Entre os países lusófonos, Cabo Verde, São Tome e Príncipe, Brasil e Portugal votaram a favor da resolução, Angola e Moçambique abstiveram-se e Guiné-Bissau esteve ausente.
A maior partido dos países africanos absteve-se, à excepção da Eritreia e Mali.
“A votação de hoje é outra evidência de que não é apenas o Ocidente que apoia a Ucrânia, o apoio é muito mais amplo e continuará a ser consolidado e solidificado”, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a repórteres após a votação.
A sessão especial de emergência da Assembleia Geral da ONU, que começou na quarta-feira e terminou he com a votação, foi convocada para marcar o primeiro ano da invasão da Rússia.
Kuleba apelou à comunidade internacional para apoiar o seu país.
“Precisamos enviar uma mensagem forte e clara de que a Carta da ONU, incluindo os princípios de igualdade soberana e integridade territorial dos Estados, deve servir de base para o processo de resolução pacífica”, concluiu Kuleba.
A embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, comentou o resultado, dizendo que “hoje, nos recusamos a desistir da esperança, nós nos recusamos a desistir do potencial da diplomacia, do poder do diálogo e da urgência da paz”.
Por seu lado, o representante russo, Vassily Nebenzia, instou os países a votarem contra o projecto de resolução, dizendo que carecia de substância e estava “divorciado da realidade”.
A Bielorrússia, aliada de Moscovo, propôs duas emendas ao texto – uma excluindo as palavras “invasão em grande escala da Ucrânia” e “agressão da Federação Russa” e a outra que pediu que os Estados se abstenham de enviar armas para a zona de conflito.
As duas moções foram rejeitados pela Assemblea, mas o embixador Nebenzia insistiu que Moscovo não obstruiu a paz. “Estamos prontos para a busca de uma solução diplomática séria e de longo prazo. Já afirmamos isso em diversas ocasiões”, disse. “Nossos oponentes ainda não se recuperaram de suas ilusões fúteis de que poderiam derrotar uma potência nuclear".
Esta é a terceira resolução da AG contra a Rússia.
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