Em conversa com os ouvintes do Angola Fala Só, o suspenso líder da ala juvenil da UNITA, Mfuka Muzemba, também deputado, respondendo ao repto do ouvinte de Luanda, Eduardo Finete Alberto começou por reafirmar o que já tinha dito na conferência de imprensa que deu na quarta-feira: que é inocente de todas as acusações que lhe forma feitas e “digo com toda a convicção, com toda a tranquilidade, com toda a honestidade."
O ouvinte de Cabinda, Carlos Andre, quis saber o que Mfuka pensa sobre a questão da diferença salarial que se verifica em cabinda entre os trabalhadores petrolíferos angolanos e os expatriados.
Mfuka afirmou que isso se deve ao facto de que em Angola “há falta de política salarial nacional…falta de atenção ou vontade política de organizar a vida dos angolanos.
Mkuka contudo reconheceu que o facto de muitas empresas recorrerem a estrangeiros se deve “à fraca qualidade de formação do Angola” e frisou ser necessário em Angola “um ensino de qualidade.”
A questão da violência e da delinquência em crescendo em Angola foi assunto colocado ao convidado por Alberto Tchambata de Benguela, bem como a valorização dos direitos humanos no pais.
Para Mfuka, a sociedade angolana está “cada vez mais violenta…uma violência verbal muito forte que começa ao nível das autoridades.
Apesar de a polícia reconhecer o aumento da violência é ela, segundo o convidado do AFS “uma das instituições mais violadora dos direitos humanos” em que os agentes não são castigados.
O mesmo ouvinte quis saber que fazer para reduzir os acidentes automobilísticos, Mfuka frisou que é mais barato comprar uma cerveja, que uma água, uma laranja. Para além da condição péssima das estradas,” esburacadas, não iluminadas, não sinalizadas.”
Respondendo ao ouvinte Paulo Kalunjimji, do Kwanza Sul, o convidado disse que a “política em África parece constituir uma propriedade.”
A questão dos desmobilizados de guerra, que continuam ser receber os benefícios a que tem direito e que lhe foram prometidos, e o salário baixo dos militares foi tema de novo no programa. Mfuka deixou no ar a pergunta como se pode justificar que pessoas que deram o melhor delas pelo seu país não sejam reconhecidas por ele.
E frisou que não é por falta de dinheiro, uma vez que diariamente se ve pessoas a enriquecer. “O governo já devia ter resolvido a situação” dos veteranos, dos desmobilizados.
Carlos Xavier de Malange questionou se há falta de cultura de debate dentro da UNITA, e lembrou os vários militantes de destaque que se afastaram do partido.
Mfuka Muzemba respondeu: “Há debate na UNITA. São os militantes que se ausentam dos debates.”
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