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AFS - Delma Monteiro: "Direitos Humanos devem ser linha mestra da governação"


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Monteiro falava no programa Angola Fala Só em que afirmou que se a situação dos humanos é “precária” em Angola, no que se refere às mulheres a situação é ainda pior.

 21 Mar 2014 AFS - Delma Monteiro: "Direitos Humanos devem ser linha mestra da governança"
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"Não haverá uma mulher presidente em Angola nos próximos 16 ou 17 anos", disse Delma Monteiro, activista angolana dos Direitos Humanos e especialista em questões do género.

Monteiro falava no programa Angola Fala Só em que afirmou que se a situação dos humanos é “precária” em Angola, no que se refere às mulheres a situação é ainda pior.

“Os direitos das mulheres continuam a ser violados sistematicamente”, disse a activista, acrescentando que a mulher “é diminuída e humilhada” em todos os aspectos.

Delma Monteiro fez notar, em particular, a situação em diversos hospitais por si visitados em que não há salas de parto ou mesmo em que parturientes têm que se lavar “debaixo de árvores” por não existirem condições para as acolher.

“ A precaridade dos serviços é gritante”, disse.

Delma Monteiro
Delma Monteiro
Delma Monteiro disse que o número de mortes de mulheres nos hospitais tem vindo a diminuir mas que “isso acontece porque as pessoas não vão às unidades hospitalares”.

A activista afirmou, por outro lado, que o dinheiro que as províncias recebem para administrar os hospitais “não é suficiente para pagar técnicos quanto mais para manter níveis”.

Durante a conversa com os ouvintes, Delma Monteiro lamentou “a partidarização dos serviços públicos” que, segundo afirmou, levam a que as investigações sobre “casos de perseguição e intolerância não dêem em nada”.

Avisou contudo que embora haja muitas queixas de discriminação nos serviços públicos devido à afiliação partidária é difícil provar isso.

Monteiro disse que em Angola em todos os aspectos dos direitos humanos “o governo é o violador”.

“Os direitos humanos devem ser a linha mestra da governação”, adiantou a activista para quem, contudo, o respeito pelos direitos humanos passa pela democracia e “a democracia em Angola é ainda muito frágil”.

O ouvinte Celestino Canda abordou a situação das empregadas domésticas fazendo notar que todas elas trabalham uma vida inteira sem possibilidades de uma reforma.

Delma Monteiro disse que não é só a falta de uma reforma que afectaa vida das empregadas domeésticas, mas o facto de serem consideradas como parte do “trabalho informal” pelo que não têm direitos a férias, maternidade, saúde e outros.

Ouvintes de Cabinda e da Lunda Sul telefonaram também sobre a situação nas suas províncias e a manifestaram-se a favor de uma autonomia.

Delma Monteiro avisou que, diz respeito a Cabinda, haver “um risco na luta pela independência”, afirmando ser preciso ter em conta o perigo de interesses internacionais se abaterem “como abutres” sobre o território se este escolher a via da independência.

Concordou, no entanto, que a situação tanto em Cabinda como na Lunda Sul é “terrível”.

Interrogada por um ouvinte da razão porque organizações de direitos humanos não convocam uma manifestação à escala nacional, Delia Monteiro disse que muitas vezes, por diversas razões, há uma falta de adesão a manifestações, mas acrescentou existirem outros meios de protesto e pressão.

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