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Africanos recrutados em prisões russas morrem na Ucrânia


Eles são recrutados nas prisões pelo grupo mercenário russo  Wagner
Eles são recrutados nas prisões pelo grupo mercenário russo  Wagner

Africanos recrutados de prisões russas estão já a morrer na Ucrânia a lutar pela Rússia, integrados no grupo mercenário Wagner.

Notícias revelam que um tanzaniano e um zambiano, que cumpriam penas de prisão, foram recentemente mortos em combate, mas desconhece-se se esse número é maior e quantos cidadãos de países africanos foram recrutados nas prisões russas pelo grupo Wagner.

Na quarta-feira, 25, foi a enterrar na Zambia Lamekani Nathan Nyirenda, morto em Setembro em combate, mas desconhecem-se pormenores das circunstânicas em que morreu.

Florence Nyirenda ( ao centro)C) mãe de Nathan Nyirenda no funeral
Florence Nyirenda ( ao centro)C) mãe de Nathan Nyirenda no funeral

Nyirenda, de 23 anos de idade, tinha ido para a Rússia para estudar engenharia nuclear no Instituto de Engenharia e Física em Moscovo e, segundo a família, trabalhava part-time como mensageiro.

Lemekani Nyirenda
Lemekani Nyirenda

Foi preso em 2020 aparentemente por transportar drogas e condenado a nove anos e seis meses de prisão.

Em Dezembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros zambiano Stanley Kakubo disse que o seu homólogo russo tinha informado o Governo zambiano que Nyirenda “tinha sido perdoado a 23 de Agosto para se juntar à operação militar em troca de amnistia”.

“Infelizmente Lemekhani foi morto em Setembro de 2022 quando participava em actividades militares”, disse o ministro zambiano ao seu Parlamento.

As datas da “amnistia” e morte em combate indicam que, tal como tem sido noticiado, os presos recrutados pela Wagner estão a ser enviados para a frente de combate com muito pouco treino militar.

As autoridades militares ucranianas dizem que a Wagner têm estado a usar os presos como “carne para canhão” sofrendo centenas de mortos em combate.

Outro africano, Nemes Tarimo, de nacionalidade tanzaniana, morreu também recentemene em combate pela Wagner na Ucrânia e tudo indica que teve pouco treino militar antes de ser enviado para a frente de combate.

Nemes Tarimo numa foto do seu facebook
Nemes Tarimo numa foto do seu facebook

Tal como o estudante zambiano, Tarimo estava em Moscovo como estudante matriculado na Universidade Tecnológica quando foi preso em Janeiro de 2021 por alegado crime de droga.

No ano passado, em data não especificada, ele aceitou ser recrutado pela Wagner e morreu em Outubro.

A agência de noticias russa Ria Novosti disse que um companheiro de Tarimo afirmou que este morreu quando tentava ajudar um soldado ferido.

O Grupo Wagner, disse aquela fonte, concedeu-lhe uma medalha póstuma por “coragem”.

Um video a circular nas redes sociais mostra russos em uniforme militar com velas em redor de um caixão que dizem conter o corpo de Tarimo.

No video vê-se uma foto de Tarimo, duas medalhas e um certificado a serem colocados no caixão envolvido na bandeira do grupo Wagner

O corpo de Tarimo, de 33 anos de idade, foi devolvido à Tanzania na semana passada

O jornal New York Times noticiou recentemente que um cemitério na aldeia de Bakinskaya, na região de Kranonsdar, no sul da Rússia, contém 200 campas de soldados mortos na Ucrânia “muitos dos quais condenados que foram recrutados pela Wagner no ano passado depois do seu fundador Yevgeny Prigozhin ter prometido um perdão se sobrevivessem seis meses na frente”.

Em Dezembro, o porta voz do Pentágono John Kirby disse que a Wagner tem neste momento 50.000 combantes na Ucrânia, dos quais 40.000 são antigos presos.

Outras informações indicam que o número de presos recrutados pode ser superior “20.000”.

Não há informações se estrangeiros estão incluídos nesse numero.

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