A União Africana quer o continente livre da pobreza em 50 anos, tendo para tal concebido a Agenda 2063.
Raul de Melo Cabral, director de coordenação no Gabinete do Conselheiro das Nações Unidas para África, diz que para tal acontecer, os países deverão continuar a investir na educação dos jovens e mulheres e defender a paz.
Mas, ressalta o diplomata guineense, "África precisa de passar das boas intenções para a implementação."
E “temos que sair do papel, do nível de ideias para a execução, verificação para o avanço real dessas agendas inspiracionais.”
E nisso, diz Cabral, “é importante que os africanos sejam capazes de medir e avaliar o que estão a executar. É preciso uma execução não atabalhoada e com base em dados fiáveis.”
Entre as questões que África deverá alcançar para avançar, Cabral enumera a boa governação, integração regional e a igualdade de oportunidades entre os homens e as mulheres.
Diz ele que é preciso reforçar e criar instituições democráticas, credíveis, fortes e com gente competente, e “apostar numa governação baseada na lei”.
“No continente que tem como maioria as mulheres, não é concebível que elas não estejam na tomada de decisões,” diz.
Quanto ao comércio, Cabral apela aos países africanos para trabalharem no sentido de reduzir as barreiras alfandegárias. “É um paradoxo que seja mais fácil importar da Europa para Dacar do que de Bissau, minha cidade, para Dacar”.
Não existindo um programa especial para os países africanos de língua portuguesa, ele diz que as Nações Unidas olham com particular atenção para a Guiné-Bissau.
Ao que parece, diz, "a situação voltou a alguma normalidade. É um país muito promissor e tenho fé que os governantes irão fazer o uso do bom senso, e as Nações Unidas irão apoiar.”
A Guiné-Bissau, tal como os restantes países de expressão portuguesa, é aderiu à A agenda 2063 da União Africana, que está alinhada aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, recentemente acordados pelas Nações Unidas.
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