Os exercícios - poucos dias antes de Moscovo marcar um ano desde a invasão da Ucrânia - foram considerados equivalentes a endossar o ataque violento do Kremlin ao vizinho.
Os exercícios, apelidados de "Mosi" que significa "fumaça" na língua local Tswana, estão programados para ocorrer entre 17 e 27 de fevereiro nas cidades portuárias de Durban e Richards Bay.
Mais de 350 membros das forças armadas da África do Sul participarão dos exercícios "com o objetivo de compartilhar habilidades e conhecimentos operacionais" com a Rússia e a China, disseram os militares no mês passado.
A África do Sul recusou condenar a invasão da Ucrânia, que isolou amplamente Moscovo no cenário internacional, dizendo que quer permanecer neutra e prefere o diálogo para acabar com a guerra. Mas a potência continental está sob ataque por sediar os exercícios conjuntos.
O maior partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), criticou fortemente os exercícios, dizendo que eles "tornam a África do Sul cúmplice desses crimes de guerra". "Somos atraídos para o show de propaganda da Rússia", disse à AFP o legislador do DA, Kobus Marais.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse no mês passado que "os Estados Unidos têm preocupações sobre qualquer país... que se exercite com a Rússia, enquanto a Rússia trava uma guerra brutal contra a Ucrânia".
O porta-voz do consulado da Rússia na Cidade do Cabo disse à AFP no início desta semana que "a África do Sul, como qualquer outro país (pode) realizar exercícios militares com amigos em todo o mundo".
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