O presidente da Renamo anunciou o alargamento das tréguas por um período de mais dois meses.
"A partir das zero horas de amanhã, dia 4 de Março, entra em vigor um novo processo de tréguas, de dois meses, até o dia 4 de Maio", disse Afonso Dhlakama na manhã desta sexta-feira, 3, em teleconferência a partir da Gorongosa.
Na ocasião, o líder da Renamo confirmou a existência de contacto permanentes com o Presidente da República, Filipe Nyusi, e garantiu que o processo de paz está bem encaminhado.
O líder do principal partido da oposição destacou o facto de a trégua permitir que "a economia do país funcione, o sossego volte, a paz é sagrada".
Dhlakama disse ainda que uma nova figura, "de reconhecido mérito" ao nível internacional, não revelado, vai juntar-se ao grupo de contacto que já está a trabalhar.
Segundo Dhlakama, "as rivalidades políticas não devem impedir as pessoas de dormir bem em suas casas, viajar bem sem receio de disparos".
Dhlakama diz que houve casos de violação de tréguas, por parte das tropas governamentais, mas que, mas não irão manchar o processo, porque acredida no empenho do Presidente da República, Filipe Nyusi, para a paz.
Ele manifestou a sua convicção de que em breve poderá rubricar um acordo de paz efectiva com Filipe Nyusi.
"Vamos ver o acordo que vou assinar com Nyusi, se vai acabar com todas as confusões no país, para termos paz efectiva, eleições democráticas, livres e transparentes, para o desenvolvimento de Moçambique", afirmou.
Sobre as negociações em curso, manifestou confiança de que serão céleres e classificou a questão da descentralização como a mais complexa.
"A questão militar é mais simples, é o enquadramento dos quadros da Renamo nos lugares de chefia das Forças de Defesa e Segurança, a discussão sobre a despartidarização da polícia e o SISE - Serviços de Informação e Segurança do Estado - será mais tarde", explicou o presidente da Renamo.
A propósito do grupo de trabalho criado por ele e o Presidente, Dhlakama afirmou que "fizemos um trabalho, foi um trabalho de engenharia [política], desde Dezembro para cá, conseguimos este consenso, não foi um trabalho muito fácil".
O líder da Renamo confirmou igualmente a criação de um grupo de contacto formado por seis embaixadores acreditados em Maputo e pelo representante da União Europeia (UE), que vão ajudar os grupos de trabalho nas negociações de paz.