Como a Voz da América noticiou na altura foi adiado sem data marcada o julgamento, inicialmente previsto para a segunda-feira, 11, do antigo ministro das Finanças, Suleimane Seide, e do Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, detidos desde 30 de novembro depois de terem avalizado um empréstimo de 11 milhões de dólares a 11 empresários.
Nesta terça-feira, 12, familiares e advogados daqueles membros do deposto Governo da coligação PAI-Terra Ranka pediram que seja marcada para o mais breve possível a data do julgamento e a libertação de ambos.
Em conferência de imprensa, Luís Vaz Martins, do coletivo dos advogados de Seide e de Monteiro, acusados de corrupção, não só contestou o adiamento da primeira sessão do julgamento, sem notificação prévia, como também exigiu “a libertação imediata” dos seus constituintes.
"A defesa solicita, em nome dos direitos fundamentais, a libertação imediata dos nossos constituintes, enquanto se aguarda os posteriores termos do processo, se é que existirá posteriores termos do processo", afirmou Martins.
Para os advogados de defesa, não há motivos para manter os dois ex-governantes na prisão preventivamente, porquanto a fase de investigação culminou e houve acusação em definitivo que foi enviada ao juiz.
"Nós solicitamos, através de um requerimento, a alteração da medida de coação de prisão preventiva para obrigação de apresentação periódica e até então não houve pronunciamento sobre esse requerimento", acrescentou o advogado.
Depois desse pronunciamento, familiares e amigos daqueles antigos governantes enviaram uma carta às autoridades políticas da Guiné-Bissau, de organizações internacionais e da sociedade civil na qual afirmam que os dois detidos estão numa situação que qualificam de "péssima".
Situação essa, dizem, "agravada com a greve geral dos guardas prisionais no Centro de Detenção da Polícia Judiciária, em Bissau".
Na missiva exigem que a justiça seja feita o mais rápido possível, denunciam que as visitas dos familiares e dos advogados foram suspensas e que foi interdita a entrega regular de refeições, “o que agrava significativamente o isolamento social e emocional dos detidos”.
Contatada pela Voz de América, uma fonte do Ministério Público disse que, por enquanto, os magistrados ligados ao caso não vão pronunciar-se sobre o processo.
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