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Advogado de José Filomeno dos Santos diz que ele esteve à margem da transferência dos 500 milhões


Antigo governador do BNA, Valter Filipe (dir), falhou audiência por doença
Antigo governador do BNA, Valter Filipe (dir), falhou audiência por doença

O antigo governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, não compareceu nesta terça-feira, 10, ao segundo dia do julgamento em que ele, o antigo presidente do Fundo Soberano de Angola (FEDSA), José Filomeno dos Santos, e mais dois arguidos são acusados de tráfico de influência, burla por defraudação e branqueamento de capitais.

O advogado de Filipe justificou a ausência com doença, depois de ontem ter-se sentido mal no trbiunal, onde foi assistido por um médico.

Sérgio Raimundo confirmou mais tarde que Filipe foi internado de urgência e acusa acusou a justiça de negar a Walter Filipe um tratamento condigno no exterior do país.

Ele tem tido problemas de saúde nos últimos meses, segundo a defesa.

Entretanto, ontem o tribunal ordenou que o antigo Presidente José Eduardo dos Santos seja ouvido como declarante para saber se ele deu a ordem da transferência dos 500 milhões de dólares para um banco no Reino Unido que o Ministério Público considera ter sido ilegal.

Também na segunda-feira, o advogado de José Filomeno dos Santos, filho do antigo Presidente, contestou as acusações e apontou baterias ao ex-governador do BNA e a quem ele chama de “lobos com pele de cordeiro” que se aproveitaram da “ingenuidade angolana”.

António Gentil Simão contou que o antigo presidente do FEDSA foi abordado pelo empresário Jorge Gaudens, que lhe apresentou uma proposta de um sindicato bancário,e, de seguida, pediu uma audiência ao então Presidente da República, na qual propos a criaçãode de um fundo estratégico destinado a angariar recursos financeiros para capitalizar a economia angolana.

Entretanto, mais tarde, o então ministro das Finanças, Archer Mangueira, alegadamente desconfiado da “pouca credibilidade” do projecto, segundo a defesa, terá sugerido ao Presidente da República a assinatura de um memorando de entendimento, que não chegou a ser efectuado por Walter Filipe, que passou a liderar o processo.

Simão, admitiu que "Zenu" é amigo do empresário Jorge Gaudens, arguido no caso e apontado como pivot de uma teia de negociações nebulosas, nunca se envolveu nos negócios nem tem qualquer participação nas empresas para a quais o BNA transferiu o dinheiro.

“A investigação neste processo ignorou importantes pistas como o alerta das irregularidades no governo da gestão do BNA”, que terá sido assinalada pelo então ministro do Interior à Procuradoria-Geral da República, “preferindo concentrar-se na árvore, ignorando a vastidão da floresta”.

Defesa de "Zenu"

O advogado de Santos garantiu que os 500 milhões de dólares “têm proveniência mais do que lícita”, pois são fundos do BNA, mas que a transferência, da responsabilidade do BNA, sim, terá sido ilícita,

Nesta terça-feira, 10, está a ser ouvido o empresário Jorge Gaudens.

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