Os advogados da damília do estudante Inocêncio de Matos, morto durante a manifestação de 11 de novembro em Luanda, entraram com um processo cível no Tribunal Provincial Dona Ana Joaquina e um processo-crime junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola para a competente investigação.
Nas duas participações os advogados exigem a responsabilização do Estado angolano pelo assassinato do estudante de 26 anos de idade.
O processo cível foi entregue na quarta-feira, 16, enquanto o processo-crime deu entrada adosi dias depois, 28, e em ambas Zola Bambi, um dos advogados da família Matos, aponta o dedo à Polícia Nacional e ao Estado.
“Está identificado o autor, é a própria policia, e o processo visa responsabilizar a polícia e o próprio Estado angolano”, diz Bambi que, no entanto, pretende identificar o autor ou autores materiais.
Por agora, a defesa não teve acesso ao relatório da autópsia realizada ao corpo de Inocêncio de Matos.
Morto
O estudante do 3° ano de Ciências da Computação, na Universidade Agostinho Neto foi mortalmente agredido na manifestação de 11 de novembro, convocada por activistas para protestar contra o desemprego e a favor das eleições autárquicas, e que foi duramente reprimida pela polícia.
Matos viria a falecer no hospital, mas o pai, Alfredo Matos, em entrevista à VOA, refutou a versão da polícia que recusou qualquer envolvimento no assassinato dele.
“Pelo que vimos, ele foi assassinado pela polícia, o meu filho não foi baleado, mas vê-se que foi torturado pela polícia”, afirmou Matos que pediu justiça para o filho.