Já lá vão trinta dias desde a morte do músico angolano Bernardo Jorge Martins Correia ou simplesmente Bangão. Várias homenagens foram prestadas ao músico falecido no passado 17 de Maio na África do Sul.
O Centro Cultural Recreativo KIlamba convidou alguns artistas para cantarem e recordarem o cantor. No dia 20 de Junho os munícipes do Sambizanga, familiares, amigos e vizinhos realizaram o varrer de cinzas ou tradicionalmente chamado de Komba para encerrarem o óbito de uma das personalidades mais queridas do Sambila. Durante o acto foi defendido por Sílvio Capita, sobrinho de Bangão, a criação de um Centro Cultural ou Casa Museu Bangão no Brás, local onde o cantor nasceu e viveu a sua juventude. “Deve ser erguido no Brás um museu com um busto e todo o seu acervo artístico”. Frisou.
Os familiares e amigos lançaram o desafio às instituições da Cultura que auxiliassem na efectivação da Casa Museu Bangão. Num desafio de todos para contribuírem para eternizar o seu legado musical e a forma própria de interpretar a vida em toda a sua dimensão.
Nascido a 27 de Setembro de 1962, no bairro Brás, no actual distrito urbano do Sambizanga, em Luanda, onde inicia a carreira musical, Bangão já participou em espectáculos realizados em Portugal, Argentina, Namíbia e Brasil, onde dividiu o palco com o cantor brasileiro Gilberto Gil.
Exímio executante do estilo semba, que no suporte textual das suas canções apresenta narrativas autênticas de ocorrências do quotidiano angolano, Bangão pisou pela primeira vez um palco a 18 de Outubro de 1978, como elemento do grupo os Gingas Kakulo Kalunga.
Em 1996, venceu o prémio Liceu Vieira Dias, com o tema “Kibuikila” (Peste), acompanhado pela Banda Movimento. Em plena ascensão da carreira, Bangão é convidado, em 1999, a fazer parte da Banda Movimento, sempre como vocalista.
No mesmo ano, ganhou a primeira edição do concurso Semba de Ouro, com a canção “Kangila” (pássaro agoirento) e afirmou-se como cantor e compositor de inequívocos créditos firmados.
O ano 2003 consagrou Bangão como um dos maiores intérpretes da música popular angolana. Neste ano, no Top Rádio Luanda, ganha os prémios da música do ano, com o tema “Fofucho”, voz masculina do ano e é reconhecido com o prémio preservação pela sua incessante defesa da música popular angolana.
Em 2005 venceu o Top dos Mais Queridos, da Rádio Nacional de Angola (RNA).