Três advogados e quatro pessoas que tiveram ligação à TAP foram acusados pelo Ministério Público (MP) de Portugal de corrupção activa com prejuízo no comércio internacional, branqueamento e falsificação de documentos, numa transação que envolve a Sanangol.
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIA) revelou que, mediante um esquema de aparente prestação de serviços da TAP à Sonair, uma empresa subsidiária Sonangol, a petrolífera angolana colocou elevados montantes em dinheiro.
"A investigação apurou que a Sonair procedeu ao pagamento à TAP de um valor superior a 25 milhões de euros sem que tenha havido a prestação dos serviços aparentemente contratados", valores que, segundo a acusação, indica eram depois branqueados com a mediação de uma outra empresa, a Worldair.
A informação veiculada pelo jornal português Público, diz que a Worldair facilitar o giro desse dinheiro para contas fora de Portugal.
"Os montantes circulavam ainda por offshores antes de regressarem a contas portuguesas (...) e, em alguns casos, o dinheiro acabava por ser usado para a aquisição de imóveis de luxo em Portugal", revela o DCIAP.
Contactada por aquele jornal, a companhia de bandeira portuguesa diz ter sido ela própria a comunicar ao Ministério Público "todos os elementos relativos às operações a que este processo diz respeito, logo que tomou conhecimento dos mesmos", tendo ainda promovido uma auditoria interna sobre a matéria, "cujas conclusões foram transmitidas às autoridades judiciárias".
A TAP revelou que o Ministério Público reconheceu não existirem quaisquer indícios que responsabilizassem a companhia e, por isso, arquivou o inquérito quanto à empresa.
O MP apreendeu nove imóveis, todos registados em nome de sociedades envolvidas no processo de branqueamento, tendo pedido a sua perda a favor do Estado.
Entre os suspeitos está o ex-administrador da TAP Fernando Sobral.