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Administrador municipal e Gabinete do Plano em Benguela no tribunal por suspeitas de interesses e corrupção


Sede da administração da cidade de Benguela
Sede da administração da cidade de Benguela

Obra em litígio deve ser inaugurada nos próximos dias, quando se aguarda por acção em que se exige indemnização milionária

A construtora angolana Castilho Singelo vai levar a tribunal o administrador municipal do Cubal, na província de Benguela, por suposta rescisão unilateral de contrato para construção de um centro médico avaliado em 188 milhões de kwanzas ( 370. 440 dólares), decorrente do que chama de interesses inconfessos.

Sem resposta a reclamações endereçadas à Administração Municipal e ao governador provincial Luís Nunes, a empresa interpôs já um contencioso administrativo para impugnar o acto, que aguarda pelo parecer do tribunal.

Noutro palco deste tipo de conflitos, uma queixa-crime contra o Gabinete de Estudos e Plano do Governo provincial por suspeitas de corrupção num concurso público está no Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Sobre o primeiro caso, a rescisão ocorreu a 1 de Julho de 2022, dois anos após a celebração do contrato, tendo a Castilho Singelo, num recurso hierárquico, apresentado queixa a Luís Nunes.

Incumprimento da lei da contratação pública explica o essencial da acção criminal, por via da qual a empresa exige, segundo apurou a Voz da América, uma indemnização de 150 milhões de kwanzas, usando o argumento de que gastou acima do que recebeu do Estado.

O seu advogado, Paulino Chipetula, acusa o administrador municipal, Paulino Banja, de má fé e promete denunciar interesses nesta rescisão

“A Administração não pode inaugurar uma obra em litígio, a lei proíbe. Como vamos calcular a indemnização se o tribunal não se pronuncia? Devemos dizer que não houve nenhum incumprimento, só houve má fé do administrador local, mandava parar a obra e dizia que estávamos a trabalhar”, sustenta o advogado, antes de ter afirmado que “ele tinha interesses inconfessos que num futuro próximo vamos ter conhecimento”.

Em reacção, Paulino Banja diz estar tranquilo e ressalta que a medida decorre de atrasos e dúvidas em relação à qualidade da obra.

“A obra estava abandonada, o tempo já estava vencido do ponto de vista do período que deveria ter sido construída. O fiscal escrevia para nós, reportando que … se continuássemos assim teríamos obra sem qualidade, para poucos anos”, justifica o administrador.

O centro médico de referência, em construção na comuna da Yambala, deve ser inaugurado ainda este mês.

Enquanto isso, uma participação criminal contra o Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Governo de Benguela chegou à justiça, há poucos dias, devido a sinais de corrupção activa, peculato, associação criminosa e improbidade pública no concurso público para reabilitação das instalações do antigo Centro Universitário de Benguela, avaliada em mais de 800 milhões de Kwanzas, um milhão e 500 mil dólares.

O processo, em instrução na Procuradoria-geral da República junto do SIC, é movido pela empresa que diz ter obtido mais pontos, a AKML, à espera do anúncio formal dos resultados um ano após a realização do concurso.

O Governo promete vir a público com a sua versão nos próximos dias.

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