Em Angola, o caso da seita A Luz do Mundo continua na ordem do dia apesar do silêncio das autoridades e da imprensa pública. O segundo homem da hierarquia da seita liderada por José Julino Kalupeteca, entrevistado hoje pela VOA, solicitou a intervenção da comunidade internacional para ajudar urgentemente os sobreviventes do que ele considera ter sido um massacre da polícia.
Justino Tchipango , que é também músico gospel, disse lamentar como as autoridades do Huambo estão a manipular as informações contra a sua religião.
Tchipango afirmou que tudo aconteceu porque, inicialmente, o ancião da Igreja dos Adventistas do Sétimo Dia na Caála, Domingos Bimba, que é igualmente Chefe da Investigação Criminal na mesma zona, estar a espalhar boatos contra José Kalupeteca: “este mesmo ancião várias vezes prendeu o mais velho por mais de três dias na Caála, mesmo sem fazer nada e andou a diabolizar disso e aquilo” acusou.
Justino Tchipango afirma ainda que foi a polícia que começou os disparos no local. Em resposta, os seguidores de Kalupeteca decidiram então que todos seriam mortos em virtude de a intenção da polícia era capturar quem eles consideram ser o profeta da igreja, José Julino Kalupeteca.
“Quando os fiéis viram que eram tiros e mais tiros, então crianças, mulheres e adultos disseram vamos morrer todos nós”, conta.
Em relação ao número de mortos de civis naquela zona, Justino Tchipango não sabe precisar por as pessoas de terem dispersado após os ataque da policia e das Forças Armadas angolanas, mas afirma haver muitas crianças entre os falecidos.
Em relação ao paradeiro de José Kalupeteca, o seu adjunto afirma que ele foi torturado e perdeu os sentidos, sendo depois transferido do Huambo para Luanda supostamente para ser tratado.
“Depois disseram vão à procura do segundo homem dele, para que ele possa depor uma vez que ele está muito mal”, denuncia o correligionário de Kalupeteca, que, segundo ele, está a ser procurado pelas autoridades.
Justino Tchipango continuar nas matas sem alimentação, nem condições higiénicas e apela a comunidade internacional a acudirem àqueles que estão vivos.
Refira-se que o advogado David Mendes, da Associação das Mãos Livres, que se predispôs a defender os membros da seita A Luz do Mundo, está a ser perseguido, segundo aquela associação.