No dia dedicado aos direitos humanos, as associações são-tomenses de defesa dos direitos do cidadão lamentam a degradação do nível de vida da maioria da população do país.
Elas apontam a corrupção como uma das maiores causas da violação dos direitos humanos.
“Grande parte da população não tem acesso a água, não tem acesso a energia, não tem acesso a saúde, não tem acesso a justiça, não tem proteção social", afirmou Célia Posser, presidente da Plataforma Para os Direitos Humanos e Equidade do Género, acusando os governantes de não se preocuparem com os direitos do cidadão.
Outro activista dos direitos humanos, Óscar Baía, diz que a violação grosseira dos direitos cidadãos é culpa da corrupção.
“A impunidade é crescente, aqueles que mandam e podem tudo praticam a corrupção, e esta corrupção é lesiva aos interesses do povo, fazendo com que haja má distribuição das riquezas e dos rendimentos", acrescenta o Presidente da Liga São-tomense dos Direitos Humanos, sublinhando que, no país, "uns vivem no paraíso e a maioria na extrema pobreza”.
Nos últimos anos houve ganhos consideráveis na criação de leis de protecção dos direitos dos cidadãos, mas a ativista Célia Posser considera que só isto não basta.
“Tem que haver uma política social virada para colmatar essas questões dos direitos humanos, mas parece que a nossa sociedade não está muito preocupada com estas violações”, conclui a antiga bastonária da Ordem dos Advogados.
Aqueles activistas apontam ainda violência doméstica e o abuso sexual de menores como outros flagelos que agravam a violação dos direitos humanos em São Tomé e Príncipe.