Nove dos 17 activistas condenados pelos crimes de rebelião, actos preparatórios de golpe de Estado e associação de malfeitores em Angola observam uma semana de protesto contra as condições a que estão submetidos na Comarca de Viana, em Luanda.
Nito Alves, Nélson Dibango, Albano Bingo Bingo, Inocêncio de Brito, Mbamza Hanza, José Ata, Hitler José, Arante Kivuvu e Tomás Nicolas não aceitam entrar nas casernas e dizem que vão dormir no pátio da cadeia até verem as suas reivindicações atendidas.
Além disso, os activistas não aceitam ficar na mesma caserna com presos condenados por crimes violentos.
O presidente da Casa-CE visitou os activistas que relataram a Abel Chivukuvuku e delegação que o acompanhou as condições em que se encontram: estão com outros presos condenados por crimes violentos, há falta de água para tomar banho e são submetidos a revistas ostensivas diariamente pelos agentes prisionais.
Por estas e outras razões eles decidiram protestar e não entram nas casernas, mas permanecem no pátio da prisão até que as suas reivindicações sejam satisfeitas.
“Não estão a dormir nas casernas, estão ao relento em protesto pelas condições prisionais péssimas e pela forma como estão a ser tratados”, revelou Lindo Tito, vice-presidente da Casa-CE, garantindo que Abel Chivukuvuku vai “apresentar às autoridades o conjunto de preocupações apresentadas pelos jovens presos que são legítimas, por constituir um risco à integridade física dos mesmos, porque a natureza do crime deles não permite que eles coexistam em casernas com outros presos por roubo, assassinato, etc”.
Tito considera mesmo que esta situação “parece uma ser premeditada para colocar em risco a integridade física dos miúdos, daí que desencadearemos ofensivas necessárias para que isto seja reparado''.
Por outro lado, Tito diz que o tratamento dado aos jovens presos é bastante penoso “comparando com a de outros presos”.
Por exemplo, concluiu o vice-presidente da Casa-CE, “os indivíduos condenados pelo assassinato de Cassule e Camulingue estão praticamente fora das cadeias, enquanto os jovens revús encontram-se encarcerados em situações muito dificeis e injustificadas''.
A maioria dos 17 presos encontra-se na comarca de Viana, enquanto três deles preferiram a prisão de Kaquila, no Calumbo.