Activistas do autodenominado Movimento Revolucionário Angolano pretendem realizar neste sábado, 9, uma manifestação no Largo Primeiro de Maio, em Luanda, em solidariedade aos 17 colegas condenados a penas de prisão de dois a oito anos e seis meses pelos crimes de rebelião, actos preparatórios de golpe de Estado e associação de malfeitores.
Os protestos estendem-se também a outros denominados "presos políticos", como o activista José Marcos Mavungo e o líder da seita A Luz do Mundo, José Julino Kalupeteca.
Marley Ibrahim, um dos subscritores da carta enviada ao Governo da província de Luanda a informar da manifestação, diz que "o grupo não pode ficar impávido com a condenação injusta dos seus compatriotas".
“Demos entrada da carta no dia 21 de Março, mas até ao momento não temos qualquer apoio, nem de partidos políticos, nem de alguma organização não-governamental”, revelou Ibrahim.
Acto semelhante esteve agendado para o passado dia 4 em Benguela mas momentos antes do início a polícia deteve 12 activistas que foram libertados mais tarde.
As autoridades angolanas ainda não se pronunciaram sobre a manifestação de amanhã, entretanto não têm permitido nenhum tipo de protesto.
Detidos a 20 de Junho de 2015 quando participavam no que chamaram de formação em activismo, os 15 jovens presos em flagrante e mais duas activistas que aguardaram o julgamento em liberdade, começaram a ser ouvidos no Tribunal Provincial de Luanda a 16 de Novembro.
A 18 de Dezembro deixaram as cadeias onde se encontravam e foram para prisão domicliar até o dia da condenação.
As penas de prisão vão de dois anos e oito anos e seis meses.
A sentença, considerada totalmente infundada pela defesa dos activistas que já recorreu da decisão do juiz Januário Domingos José, tem merecido fortes reacções no país e no exterior.
Os advogados de defesa apresentaram esta semana um pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal no qual pede que os activistas aguardem o julgamento do recurso na condição em que se encontravam aquando da sentença.