Quatro membros do Movimento Protectoradoda Lunda Tchokwe detidos a 4 de Janeiro em Cafunfo, na província da Lunda Norte, quando participavam numa manifestação, foram formalmente indiciados no crime de tentativa de homicídio pela Procuradoria da República no Dundo.
Pedro Lucas e Zeca Samuimba, detidos durante a manifestação, e Corintio Cagezy e Cazenga Manuel, presos durante as buscas de madrugadas do passado dia 22 de Março, foram agora constituídos arguidos.
O presidente do Movimento Protectoradoda Lunda Tchokwe diz que as detenções e acusações foram encomendadas e fazem parte da estratégia do Executivo angolano para criar medo e humilhar os angolanos.
José Mateus Zecamuxima desafia a Procuradoria a dizer quem sofreu a tentativa de homicídio.
Os advogados da Associação “Mãos livres”, de acordo com o seu presidente Salvador Freire, debatem-se com recursos financeiros para suportar asdespesas de deslocação e alimentação dos defensores fora da cidade de Luanda, mas garante que irão defender os detidos depois da constituição da procuração.
Freire, que não vê o Movimento como “um bicho de sete cabeças”, aconselha o Governo a primar pelo diálogo com todas as sensibilidades do povo angolano, sob pena de agravar o actual clima menos bom para a convivência pacífica e harmonia nacional.
A VOA procurou, sem sucesso, ouvir o sub-procurador do Dundo.
Autoridades tradicionais e várias comunidades reafirmam a vontade de realizar novos protestos.